Rio, 10 - Empres�rio da �rea de constru��o civil, novato na pol�tica, pouco conhecido at� dos pr�prios colegas da C�mara e eleito com forte vota��o na zona oeste do Rio, um tradicional reduto das mil�cias. Esse � o vereador Marcello Siciliano, de 45 anos - acusado por uma testemunha de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele nega.
Siciliano foi eleito com 13.553 votos, a maioria proveniente da Barra da Tijuca e de Santa Cruz, zona oeste. Nega que a Favela Cidade de Deus, citada no depoimento da testemunha como �rea de interesse do parlamentar, seja seu reduto eleitoral.
No site da C�mara, um v�deo apresenta Siciliano. Ele conta, sem disfar�ar o orgulho, que teria sido indicado ao Nobel da Paz em 2010 por suas a��es sociais em Vargem Grande e Vargem Pequena, zona oeste, onde mora h� mais de 20 anos. No v�deo, se apresenta como "pai de fam�lia, com cinco filhos e tr�s netos". Atuou no ramo da constru��o civil, chegando a ser dono de uma empresa. "Fa�o pol�tica para ajudar as pessoas, n�o preciso disso para viver."
Em 8 de abril, um l�der comunit�rio e colaborador do gabinete do vereador foi morto na zona oeste. Segundo assessores de Siciliano disseram � �poca, Carlos Alexandre Pereira levava os problemas da regi�o ao vereador. Ele teria sido morto por envolvimento com mil�cias.
Dois dias depois, outro assassinato na zona oeste, do PM reformado Anderson Cl�udio da Silva, chamou a aten��o da pol�cia, que come�ou a investigar se haveria guerra entre milicianos da regi�o por disputa de territ�rio. Chegou-se a especular que os dois estariam envolvidos no assassinato de Marielle e teriam sido mortos como queima de arquivo. N�o h� acusa��o oficial - pelo menos que tenha se tornado p�blica - que envolva Siciliano com mil�cias.
Miliciano
J� o ex-PM Orlando de Ara�jo, de 44 anos, est� detido em Bangu 9 - e, segundo a testemunha, foi de l� que ordenou a morte de Marielle. Ele ingressou na PM em maio de 1996, aos 22 anos. Foi expulso um ano e cinco meses depois, por indisciplina.
A pol�cia o identifica como chefe de uma mil�cia que achaca moradores e comerciantes e monopoliza o com�rcio de g�s e internet na zona oeste. � apontado ainda como o mandante da morte de Wagner de Souza, presidente da escola de samba Uni�o do Parque Curicica, em 2015. O carro da v�tima foi alvo de mais de dez disparos.
O ex-PM teve pris�o decretada pela Justi�a durante a investiga��o desse crime, mas ficou foragido at� 2017. Tamb�m � processado por porte ilegal de arma e associa��o criminosa. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Roberta Jansen, Fabio Grellet e Roberta Pennafort)