S�o Paulo, 19 - A duas semanas do fim da campanha nacional de vacina��o, o Estado de S�o Paulo j� corre o risco de enfrentar uma epidemia de gripe durante o inverno, por causa da baixa procura pelo imunizante. A previs�o � de aplicar a vacina em 10,7 milh�es de pessoas, integrantes dos grupos de risco, mas at� anteontem somente 4,3 milh�es - cerca de 40% - tinham sido imunizadas. No Pa�s, a situa��o n�o est� muito melhor: a taxa � de 50%.
Neste ano, no Estado, foram registrados 146 casos de s�ndrome respirat�ria grave causada pelo influenza, dos quais 25 resultaram em morte. Mas a primeira grande frente fria, com forte redu��o da temperatura e caracter�sticas da esta��o mais fria, s� chega ao Estado neste fim de semana, j� com previs�o de geada na Serra da Mantiqueira.
De acordo com o coordenador de Sa�de do Estado, Marcos Boulos, os n�meros ainda s�o menores que os do ano passado, quando houve 1.021 casos e 200 �bitos, mas preocupam porque o per�odo prop�cio � doen�a est� no in�cio. �Estamos com um n�mero importante de casos e vai come�ar, ou j� est� come�ando, uma epidemia. Vamos ter um aporte grande casos em junho e o �pice em julho, durante o inverno.�
Segundo ele, a melhor maneira de prevenir a doen�a � a vacina��o. �Temos de aumentar a cobertura nos grupos de risco, que est� muito baixa�, observa Boulos. �Temos cobertura um pouco maior que 50% dos idosos, mas o porcentual de crian�as vacinadas est� em torno de 27%, o que � bem baixo. N�o atingimos o n�vel desejado nem entre os profissionais de sa�de.�
O �ndice mais baixo de vacina��o, conforme o coordenador estadual, encontra-se entre as gestantes, em torno de 20%. �H� m�dicos que n�o indicam a vacina��o para gr�vidas, o que nos parece um erro.� Conforme o coordenador, a secretaria ainda pretende continuar a vacina��o na rede p�blica enquanto houver vacina - a campanha nacional termina no dia 1�.
Neste ano, o Instituto Butant� enviou 60 milh�es de doses ao Minist�rio da Sa�de para serem usadas em todo o Brasil. Considerando os dados do minist�rio at� ontem, ainda falta imunizar 28,4 milh�es de pessoas - de um p�blico-alvo inicial de 54,4 milh�es.
Necessidade.
A vacina previne contra os v�rus influenza A (H1N1), A (H3N2) e B. �A vacina��o � fundamental para evitar as complica��es decorrentes da gripe, que podem se tornar muito graves.�, diz Boulos. Ele destaca que a vacina n�o provoca gripe em quem a toma, pois � feita com fragmentos do v�rus, que apenas protegem o organismo contra a doen�a.
Celso Granato, professor de infectologia da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), explica que � importante que a imuniza��o seja feita anualmente, uma vez que os subtipos dos v�rus da gripe mudam - os diferentes causadores circulam pelo mundo e sofrem muta��es com frequ�ncia.
No inverno mais recente dos Estados Unidos, o H3N2 infectou mais de 47 mil pessoas e provocou diversas mortes, principalmente de crian�as e idosos. �A princ�pio, n�s n�o estamos correndo o mesmo risco dos americanos porque a nossa vacina foi preparada ap�s a muta��o desse v�rus e a deles, n�o. N�s n�o teremos problemas, mas desde que haja vacina��o�, diz Granato.
O especialista ressalta que a cobertura vacinal no Brasil n�o costuma ser muito alta, e ele teme que a preocupa��o com a vacina da febre amarela tenha interfer�ncia no comportamento. �As pessoas estavam preocupadas com os efeitos colaterais.� Na pr�tica, por�m, a resist�ncia � vacina��o continua.
As chances de contrair o v�rus s�o iguais para todos, mas as complica��es atingem mais as crian�as e os idosos. �Crian�as com menos de 2 anos n�o t�m mem�ria imunol�gica, ou seja, n�o t�m defesas que os adultos j� adquiriram contra a gripe. J� os idosos podem ter complica��es por causa de doen�as cr�nicas�, completa Granato.
(Jos� Maria Tomazela e Isabela Palhares)
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Imuniza��o contra gripe s� atinge 40% do previsto em SP
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