S�o Paulo, 26 - Vogal ou consoante? O exerc�cio, comum nas li��es de casa de antigamente, parece f�cil at� chegar � 25.� letra do alfabeto. A classifica��o do Y, que depende de sua fun��o em cada palavra, desperta a curiosidade de crian�as e d�vidas nos pais.
O questionamento surgiu na casa da prot�tica Alessandra Cerqueira, de 37 anos, quando ajudava o filho Matheus, de 6, com a li��o de casa. "Ele tinha de circular as vogais nos nomes dos coleguinhas e marcou a letra Y, de Yasmin. Achei que estivesse errado porque aprendi que temos cinco vogais."
Nem Matheus nem a m�e est�o errados. O gram�tico Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, explica que o Y, importado do ingl�s, representa geralmente uma semivogal (como em yoga) ou a vogal I (hobby, spray). E, em casos mais raros, atua como consoante: o J na palavra de origem inglesa yarda (jarda).
"� uma letra que n�o pertencia ao alfabeto latino, por isso seu comportamento � diferente", diz Bechara.
O mesmo ocorre com o W, que pode ter som da consoante V (em Wagner) ou da vogal U (Washington).
O Y, o W e o K foram incorporados ao alfabeto portugu�s em 1990, pelo Acordo Ortogr�fico.
Seja pela dificuldade na classifica��o ou pelo desuso desse tipo de exerc�cio na alfabetiza��o, as escolas n�o costumam mais ensinar o conceito de vogal e consoante nessa etapa.
"Introduzimos as letras pelos sons que elas t�m nas palavras usadas pelas crian�as. O Y, por exemplo, aparece em Youtube. Os alunos se apropriam dos sons e os usam como refer�ncia para escrever outras palavras", diz Katia Rascio, coordenadora do Col�gio Rio Branco, na regi�o central.
� s� ao final do 2.� ano do ensino fundamental que conceitos gram�ticos come�am a ser ensinados. "� nesse momento que as pr�prias crian�as trazem d�vidas, j� que come�am a refletir sobre a escrita. Partimos dos questionamentos deles e n�o da memoriza��o como antes."
A professora Maria Jos� N�brega, do Instituto Vera Cruz, concorda. "O importante � a crian�a saber que podemos falar de um jeito e escrever de outro. Se os estudiosos n�o definiram a classifica��o do Y, n�o tem sentido a escola querer fazer isso." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Isabela Palhares)