Rio, 14 - Como coordenadora da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, Marielle Franco acolhia diariamente m�es de v�timas da viol�ncia, e as ajudava a brigar por justi�a. Agora, � Marinete Silva, m�e da vereadora do PSOL, assassinada no dia 14 de mar�o, quem � amparada por essas mesmas mulheres, que se uniram a ela em seu clamor por uma resposta da pol�cia para o caso. Nesta quinta-feira, 14, o crime completa tr�s meses sem que se tenham descoberto seus autores, mandantes e motiva��o.
"� um conforto para mim. Elas me fortalecem, retribuem o que a minha filha fez por elas", agradeceu Marinete nesta quarta-feira, 13, nos bra�os de Rose Vieira, de 50 anos, uma das m�es. Ela sa�a de um ato em frente ao Minist�rio P�blico do Rio, convocado pela Anistia Internacional para n�o deixar que as execu��es da vereadora e do motorista Anderson Gomes caiam no esquecimento.
Rose credita � atua��o de Marielle - que foi por cerca de dez anos coordenadora da Comiss�o de Direitos Humanos, presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL) - a resolu��o do caso de seu filho, o policial civil Eduardo Oliveira. Ele foi morto a tiros em 2012, aos 25 anos, em circunst�ncias nebulosas. Condenado por homic�dio culposo, o verdadeiro assassino, outro policial, segue solto, mas sem Marielle n�o teria havido sequer o julgamento, afirma Rose.
"Ela viu meu desespero e foi afetuosa comigo. Compareceu a todas as audi�ncias. At� hoje me emociona lembrar. Quem faria isso?", indaga Rose. "Quando soube que ela tamb�m tinha sido morta, o ch�o abriu diante de mim. Mais um caso impune? Fui atr�s para acudir. Hoje, Marinete � fam�lia. Fa�o por Marielle o que ela fez pelo Eduardo. S� quem perdeu um filho entende a perda, ningu�m mais compreende esse lugar."
Al�m de m�es de policiais mortos, tamb�m comp�em a rede de solidariedade em torno de Marinete quem teve filhos vitimados em chacinas nas Favelas de Acari, Borel e Manguinhos, entre 1990 e 2012. "Quem sente dor � solid�rio ao outro", define o pai de Marielle, Ant�nio Francisco Silva.
Dalva Correia, m�e de Tiago da Costa Correia da Silva, uma das quatro v�timas da chacina do Borel, usa as mesmas palavras para descrever sua aproxima��o dos parentes da vereadora. "Todas as m�es que tiveram os filhos assassinados nessas circunst�ncias nos �ltimos anos foram abra�adas por Marielle, que dava voz aos invis�veis."
Justi�a
Depois do protesto, a fam�lia de Marielle e uma representante da Anistia foram recebidas pelo procurador-geral de Justi�a, Eduardo Gussem. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Roberta Pennafort)
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M�e de Marielle � acolhida por mulheres que eram amparadas pela filha
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