Samu de Taubat� readmite funcion�rios que transportaram cachorro em ambul�ncia

O Instituto Esperan�a, associa��o respons�vel pela gest�o do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) da cidade de Taubat�, na regi�o do Vale do Para�ba, interior de S�o Paulo, decidiu readmitir os tr�s funcion�rios que haviam sido dispensados pela institui��o na segunda-feira, 30, por transportarem um cachorro dentro de uma ambul�ncia.

A decis�o foi anunciada por meio de comunicado oficial divulgado nesta ter�a-feira, 31. "Por decis�o da presid�ncia da institui��o, foi revista a demiss�o dos funcion�rios [...]. Motorista e enfermeiro foram advertidos quanto aos riscos do procedimento adotado pela equipe e ser�o reintegrados aos quadros do instituto. O m�dico informou que n�o deseja ser reintegrado", diz o documento.

Tudo come�ou quando a equipe da Unidade de Suporte Avan�ado (USA) - formada pelo m�dico J�lio C�sar Moreno Jr., pelo enfermeiro Jo�o Ribeiro e pelo motorista Leandro Miranda -, encontraram um c�o perdido na rua. O animal estava com o nome do dono na coleira e, para evitar acidentes ou desvios de rota da ambul�ncia, eles o levaram at� a base do Samu, num trajeto que durou alguns minutos.

"Fomos abordados pr�ximos a um viaduto e pensamos que podia ter acontecido um acidente. Depois vimos que era um cachorro e decidimos lev�-lo at� a base, para tir�-lo do local de risco", declarou Miranda em v�deo divulgado nas redes sociais.

O Instituto justificou a demiss�o com base na portaria 2.048/2002 do Minist�rio da Sa�de, que estabelece diretrizes para o atendimento de urg�ncia e emerg�ncia. Tamb�m alegaram que a equipe em momento algum se comunicou com a base para saber qual era a melhor decis�o a ser tomada.

Assim que anunciaram o caso nas redes sociais, a situa��o foi repercutida entre os moradores da cidade e ganhou grandes propor��es. "Prefiro perder o emprego milh�es de vezes ao lado de voc�s e salvar quantos cachorros aparecerem em nossa frente do que sermos farinha do mesmo saco de quem nos demitiu por isso", declarou o m�dico.

Por se tratar de uma ambul�ncia UTI, a presen�a de animais pode ser prejudicial por poss�veis contamina��es. Os funcion�rios alegaram que transportaram o cachorro na cabine, onde n�o h� contato com os pacientes. "Pode ter sido um erro, mas poderiam ter conversado mais com a gente, ter dado a chance de expormos o que aconteceu", reclamou Miranda.

A vereadora local Viviane Aquino saiu em defesa dos trabalhadores, alegando as boas inten��es dos profissionais. "[Depois da demiss�o], receberam um chamado de socorro e salvaram uma v�tima de parada cardiorrespirat�ria. Mesmo demitidos, priorizaram a vida e a �tica profissional", escreveu em seu Facebook.

O m�dico J�lio C�sar Moreno Jr. declarou que, por hora, recusar� o convite de retorno. "Vou seguir meu caminho de cora��o leve por saber que a justi�a foi feita e que os meninos foram reintegrados. Obrigado a todos pela grande como��o", disse.