
No dia em que a Lei Maria da Penha completa 12 anos, mais um caso de feminic�dio � registrado no Distrito Federal. Adriana Castro Rosa Santos, 40 anos, foi assassinada nesta ter�a-feira (7/8) pelo marido, o policial militar Epaminondas Silva Santos, 51 anos, que, em seguida, tirou a pr�pria vida.
O crime aconteceu por volta das 10h, no Riacho Fundo II, em frente � casa da m�e de Adriana. De acordo com informa��es preliminares da Pol�cia Militar, Epaminondas chegou ao local em uma moto, chamou a v�tima para conversar e atirou nela. Em seguida, se matou. Epaminondas Santos era lotado no 8º Batalh�o da PM. Os dois tinham tr�s filhos: um menino de 11 anos, uma menina de 8 e outro garoto de 5.
Segundo uma vizinha, que n�o quis se identificar, o PM deve ter atirado duas vezes contra Adriana antes de voltar a arma para ele mesmo. "Eu estava de costas, cuidando do jardim, quando ouvi tr�s disparos. Foi muito r�pido. Quando me virei, os corpos estavam no ch�o, e a m�e dela gritava desesperada", disse.
Quando o socorro chegou, contou a testemunha, Adriana ainda se debatia, mas n�o resistiu aos ferimentos. Ainda de acordo ela, apesar de ainda serem casados, os dois estavam separados. Por isso, Adriana estava na casa da m�e. Foi essa vizinha que acionou os bombeiros e a Pol�cia Militar, que isolou o local e chamou peritos da Pol�cia Civil para analisar a cena.

Outra vizinha, a dona de casa Givanilde Cavalcante, 36, conhece Adriana e a m�e, Gra�a h� mais de 20 anos, mas que perdeu o contato depois do casamento. Ela disse que ouviu os disparos e em seguida os gritos da m�e da v�tima. “Os filhos deles estavam na garagem, viram praticamente tudo”, comentou. Ela conta que Adriana era uma pessoa divertida. Apesar de n�o conhecer o militar, disse que a m�e dela costumava reclamar do comportamento dele. “Quando ele bebia, ficava alterado e eles discutiam”, disse.
A rua onde o crime aconteceu fica em frente ao Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo II, e pr�ximo ao Conselho tutelar da cidade. Moradores que acompanhavam o trabalho da pol�cia disseram que � uma rua tranquila e nunca tinham visto um crime como aquele naquela �rea.
Caso a morte de Graziele Zandon� — que caiu do terceiro andar de um pr�dio na SQS 415 — seja confirmada como feminic�dio, Adriana ser� a terceira v�tima desse tipo de crime no Distrito Federal em apenas tr�s dias. E este ser� o 18º feminic�dio em Bras�lia este ano.
Viol�ncia recorrente
O terceiro caso ocorrido nesta semana foi o assassinato de Mar�lia Jane de Sousa Silva, 58, morta a tiros pelo marido, o taxista Edilson Janu�rio de Souto. Ap�s o crime, no domingo passado, ele fugiu e � procurado pela Pol�cia Civil. Quem tiver pistas sobre o homem, pode denunciar de forma an�nima ligando no 197, pelo WhatApp 61 98626-1197; pelo e-mail [email protected] ou pelo site pcdf.df.gov.br/servicos/197.
Em 14 de julho, Jana�na Rom�o L�cio, de 30 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro dela, Stefanno Jesus Souza de Amorim, 21, na frente dos filhos do casal. Em 4 de maio, o policial militar Ronan Menezes do Rego, 27, matou a ex-namorada, Jessyka Laynara Silva, 25, com cinco tiros em Ceil�ndia. Depois, foi at� uma academia e disparou contra um instrutor, que sobreviveu. O feminic�dio aconteceu ap�s PM n�o aceitar o fim do relacionamento.
Nota da PM
Na tarde desta ter�a-feira (7/8), a Pol�cia Militar emitiu nota lamentando o feminic�dio:
"Sobre o epis�dio ocorrida na manh� de hoje, na cidade do Riacho Fundo II, quando um policial vitimou sua esposa e suicidou-se. A Pol�cia Militar vem a p�blico lamentar imensamente o fato. O trabalho di�rio dos policiais militares nas ruas do DF visa, entre outras coisas, evitar esse tipo de crime. A PMDF se solidariza com os familiares e est� � disposi��o para auxiliar no que for necess�rio."
