A vice-diretora do Museu Nacional/UFRJ, Cristiana Serejo, afirmou que museus e institui��es cient�ficas do Brasil e de outras partes do mundo est�o oferecendo pe�as para recompor o acervo da institui��o, que se perdeu quase que completamente no inc�ndio do �ltimo domingo, 2, no Rio. Pe�as do pr�prio Museu Nacional que estavam cedidas a outras institui��es tamb�m est�o sendo requisitadas. Segundo Cristiana, a ajuda internacional seria o ponto de partida para a recupera��o do museu. O governo da Fran�a j� se colocou � disposi��o para ajudar.
"Fizemos uma reuni�o com os funcion�rios hoje cedo e j� estamos nos reorganizando nessa parte do Horto, que comporta mais gente e algumas cole��es", explicou Cristiana. "As p�s-gradua��es est�o sendo realocadas l�, o museu est� se reorganizando para recuperar a pesquisa."
Cristiana contou que um f�ssil de baleia que j� pertencia ao museu deve ser devolvido. Acervos de insetos, por exemplo, foram oferecidos como doa��o, bem como de pe�as ind�genas. "Vamos manter a pesquisa, o ensino e a extens�o", disse a diretora. "Estamos vivos aqui no museu."

Algumas poucas pe�as foram recuperadas dos escombros, como um quadro do Marechal Rondon, alguns meteoritos, dois vasos de cer�mica e fragmentos de f�sseis humanos.
Os fragmentos de um cr�nio achados no Departamento de Paleontologia deram esperan�as aos pesquisadores de que poderia se tratar de Luzia, o f�ssil mais antigo j� achado nas Am�ricas, de cerca de 12 mil anos. O f�ssil � precioso porque foi respons�vel por mudan�as significativas nas teorias de ocupa��o humana do continente. Entretanto, alertou Cristiana, o departamento de paleontologia tinha centenas de f�sseis humanos. "A gente n�o sabe dizer se � o cr�nio de Luzia, temos que avaliar", explicou. "Os escombros s�o muito grandes, especialistas t�m que analisar para darmos uma informa��o correta. Mas, claro, sempre temos esperan�a."
A vice-diretora explicou ainda que uma empresa especializada deve ser contratada para ajudar no trabalho de arqueologia que dever� ser feito para a busca de pe�as em meio aos escombros do inc�ndio. "� um trabalho de arqueologia, n�o � algo que possa ser feito com uma escavadeira", lembrou.
Desde o in�cio da manh�, militares fazem a seguran�a na Quinta da Boa Vista e fizeram um cerco nos arredores do Museu Nacional para impedir eventuais saques aos escombros do inc�ndio. T�cnicos da Pol�cia Federal tamb�m estiveram vistoriando os escombros em busca de dados que possam determinar as causas do inc�ndio.
