O pequeno Samuel, de 4 anos, chegou a frequentar a escola, mas a rotina de mochilas e lancheiras ficou no passado. Hoje, ele estuda em casa, sob a batuta da m�e, a professora Luciana Bento de Souza, de 35 anos. "Ningu�m melhor do que eu para educar meu filho", diz ela, ap�s explicar os motivos pelos quais tirou o menino do col�gio.
As metodologias de ensino n�o agradavam. "As escolas no Brasil, tanto as p�blicas quanto as privadas, t�m muito de as crian�as novas s� brincarem. Isso, para mim, � um desperd�cio de tempo", diz ela. "Claro que tem de brincar, mas por que eu n�o posso ensinar meu filho brincando? Posso conduzir uma brincadeira a ponto de que ele aprenda alguma coisa."
Outro ponto � religioso. "Somos crist�os e temos nossos preceitos. Queria que ele estivesse em um ambiente seguindo esses preceitos."
Dentro de casa e em meio a cadernos e livros, Samuel j� sabe ler e aprende agora a desenhar letras cursivas. Demandas que, segundo a m�e, partiram do pr�prio menino. O filho tamb�m faz outras atividades como jud� e futebol e, antes de ir para o parquinho no condom�nio onde mora, em Guarulhos, na Grande S�o Paulo, resolve problemas de l�gica.
Para Luciana, n�o h� d�ficit de socializa��o. "Ele tem muitos coleguinhas. Convive com v�rias crian�as, tem o pessoal da fam�lia e grupos de encontro de homeschooling." Ela considerava at� esta quarta-feira, 12, que uma decis�o favor�vel ao ensino domiciliar seria um al�vio para a fam�lia. "Queremos que haja um respaldo, um papel que nos deixe tranquilos."
Mas o Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento realizado nesta quarta-feira, n�o autorizou a possibilidade de haver homeschooling no Brasil.
Pai de Jo�o, de 7 anos, o fot�grafo Marcos (nomes fict�cios) tamb�m tirou o filho da escola, depois de identificar problemas nas metodologias de ensino. "(A escola) n�o respeita as vontades e defici�ncias, querem nivelar." Para dar aulas a Jo�o, ele teve at� de reduzir a carga de trabalho. Hoje, ensina Portugu�s, Matem�tica e Educa��o Art�stica, al�m de levar o garoto para atividades f�sicas.
Segundo o pai, cada fam�lia aplica o m�todo que mais se adapta �s crian�as e h� compartilhamento de materiais em grupos na internet dedicados ao homeschooling. Para o futuro, tenta incentivar que o filho aprenda sozinho, mas n�o descarta alternar o ensino entre o domiciliar e o escolar. "No Brasil, sofremos muito preconceito, as pessoas t�m a mente fechada." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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