Os seis meses do assassinato da vereadora e ativista de direitos humanos Marielle Franco (PSOL) e a falta de uma resposta da pol�cia para o crime est�o sendo lembrados nesta sexta-feira, 14, pela fam�lia e a Anistia Internacional. Um tel�o de cinco metros de largura foi instalado num caminh�o com dizeres como a pergunta "Quem matou Marielle?".
O ve�culo ir� percorrer durante a tarde diferentes pontos da cidade, como os pr�dios do Minist�rio P�blico (MP), da Secretaria de Seguran�a P�blica e do Comando Militar do Leste, cobrando explica��es como forma de pressionar as autoridades das for�as de seguran�a. No M�s passado, o grupo de promotores encarregado foi trocado pelo MP.
Marielle foi executada a tiros na noite de 14 de mar�o, junto com seu motorista Anderson Gomes, quando sa�a de um debate. O Estado do Rio j� estava sob interven��o federal na seguran�a desde 16 de fevereiro. A pol�cia n�o divulga qualquer informa��o sobre os autores, os mandantes e a motiva��o. Foi um crime pol�tico e h� suspeita de envolvimento de agentes p�blicos e de milicianos.
Toda a investiga��o � mantida em sigilo desde o come�o, tanto pela esfera estadual, quanto pela federal - o que os ativistas contestam, diferenciado segredo e sil�ncio por parte das autoridades. A fam�lia - pais, irm� e filha - j� foi recebida nos gabinetes, mas segue sem ter not�cias.
O temor da Anistia Internacional � com o tempo decorrido. A cada dia ficar� mais dif�cil de se elucidar o crime, porque os rastros v�o sendo apagados, acredita a representa��o da ONG no Brasil. Por isso, a frase de ordem � "sem press�o n�o haver� solu��o".
A Anistia n�o v� vontade pol�tica para solucionar os homic�dios. A coordenadora de pesquisa, Renata Neder, considera inadmiss�vel o tratamento dado pelo governo ao caso. "Um assassinato que ganhou repercuss�o internacional, de uma defensora dos direitos humanos t�o conhecida, a quinta vereadora mais votada da segunda maior cidade do Pa�s, n�o ter sido solucionado � o atestado da inefici�ncia e incapacidade do sistema de justi�a criminal brasileiro. O assassinato n�o foi s� da Marielle, ela atuava institucionalmente", afirmou.
"O n�vel de sofistica��o desse crime tamb�m revela que quem est� por tr�s � algu�m com muito poder, porque agiu num Estado que j� estava sob interven��o federal, os olhos do Pa�s aqui. Quem cometeu desafiou tudo isso, tinha muita certeza da impunidade. Este Estado n�o investiga homic�dios, menos ainda os que t�m participa��o de policiais. Com a troca do grupo de promotores, esperamos que atuem com afinco. O MP tem fun��o dupla, de investigar e de exercer o controle externo da atividade policial".
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