Aguap�s e outras plantas aqu�ticas j� cobriram quase um ter�o da extens�o de 33 km da Represa de Salto Grande, formada pela barragem do Rio Atibaia, em Americana, no interior de S�o Paulo. Em pontos tur�sticos, como a Praia Azul e a Praia dos Namoradores, as �guas desapareceram sob o tapete verde de plantas. Os passeios para turismo e estudos realizados h� 18 anos pela Associa��o Barco Escola da Natureza tiveram de ser suspensos, pois a embarca��o est� presa na malha de aguap�s. Conforme ambientalistas, h� risco de mortandade de peixes por causa da falta de oxigena��o das �guas. O abastecimento em cidades da regi�o tamb�m pode ser afetado.
Em reuni�o realizada nesta ter�a-feira, 18, representantes da prefeitura, do Minist�rio P�blico de S�o Paulo (MP-SP) e da concession�ria de energia que administra a barragem discutiram medidas emergenciais para eliminar as plantas.
A principal proposta � de abertura das comportas de superf�cie para permitir o extravasamento dos aguap�s para o Rio Piracicaba, � jusante da Hidrel�trica de Salto Grande, mas h� riscos. Formado pelo Atibaia, o Piracicaba fornece a �gua que abastece Americana.
Conforme o diretor do Departamento de �gua e Esgoto (DAE), Carlos Cesar Zappia, a libera��o das plantas pelas comportas pode causar ac�mulo e prejudicar a capta��o, interferindo tamb�m na qualidade da �gua.
O promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Grupo de Atua��o Especial do Meio Ambiente (Gaema) do MP-SP, considera que a libera��o das plantas rio abaixo pode acarretar mortandade de peixes e problemas socioambientais. Segundo ele, se for aprovado, o processo deve ser feito "com cautela, de forma controlada e acompanhada sistematicamente pelos �rg�os ambientais".
O superintendente da CPFL Renov�veis, Fernando Di Franco, respons�vel pela hidrel�trica, disse que a retirada mec�nica das plantas macr�fitas, realizada ao longo dos �ltimos anos, n�o surtiu efeito e que a prolifera��o j� limita a vaz�o do Rio Atibaia. H� ainda perda de �gua pelo excesso de evapora��o causado pelas plantas. Conforme informou, o plano de manejo ser� submetido � aprova��o da Companhia Ambiental do Estado de S�o Paulo (Cetesb).
Segundo ele, estudos realizados pela CPFL mostraram que a abertura controlada das comportas de superf�cie n�o implicar� em ac�mulo de plantas no Rio Piracicaba, at� a foz com o Rio Tiet�, no remanso da Represa de Barra Bonita. "N�o se verificou a reprodu��o das macr�fitas nesse percurso de 120 quil�metros", disse.
Conforme o secret�rio de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias, o problema do ac�mulo de plantas na represa come�ou h� 30 anos e se agravou em decorr�ncia do despejo de esgotos pelas cidades situadas � montante. Segundo ele, h� um clamor da popula��o para que o ecossistema seja recuperado. "Estamos perdendo a represa e n�o podemos esperar mais. � preciso achar uma solu��o", disse.
Se o lan�amento das plantas rio abaixo for autorizada pela Cetesb, a previs�o � de que seja feito em pequenas quantidades, � raz�o de 4 mil metros quadrados de material por dia.
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