Shopping de S�o Paulo � acusado de discrimina��o racial

O auxiliar administrativo Anderson Nascimento acusa um seguran�a do Shopping P�tio Higien�polis, na regi�o central de S�o Paulo, de discrimina��o racial contra o seu filho, de 14 anos. O caso aconteceu na noite de sexta-feira, 21, quando Nascimento, que � negro, e o garoto, moreno, foram ao estabelecimento para comprar um t�nis.

Nascimento afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que estacionou seu carro na Rua Doutor Veiga Filho por volta das 22h30 e, do lado de fora do shopping, perguntou a um vigilante como fazia para chegar � loja da Nike. Segundo o seu relato, o seguran�a ordenou que o menino tirasse as m�os do bolso da blusa.

"Eu questionei o seguran�a do porqu� ele estava mandando meu filho tirar a m�o do bolso. Ele respondeu: 'Eu estou armado e posso fazer isso'", afirmou o auxiliar administrativo.

Pai e filho se afastaram do vigilante, foram a um posto de combust�vel nas adjac�ncias e retornaram ao shopping pela entrada da Avenida Higien�polis. Nascimento fez uma reclama��o sobre o caso no site do centro de compras e preferiu n�o chamar a pol�cia.

Em seguida, o auxiliar administrativo procurou seguran�as do shopping para inform�-los de que ele e o menino passariam a noite dentro do estabelecimento - o lan�amento do t�nis estava previsto para ocorrer �s 10 horas do s�bado, 22.

"Fizemos isso para n�o ter mais problemas e n�o sermos confundidos com bandidos", afirmou Nascimento.

O shopping respondeu � reclama��o do auxiliar administrativo e informou que solicitou a substitui��o do funcion�rio, que � de uma empresa terceirizada.

Nascimento afirmou que pediu, ent�o, que o estabelecimento lhe enviasse um e-mail com as provid�ncias tomadas, o que lhe foi negado.

O shopping o ligou e o convidou para uma reuni�o na segunda-feira, 24. No encontro, o auxiliar administrativo insistiu que gostaria de saber o que o P�tio Higien�polis poderia fazer pela v�tima.

"N�o quero nada no shopping, n�o quero aproveitar da situa��o para obter dinheiro. O que eu quero � saber qual � a a��o do shopping em rela��o � v�tima", disse. "Meu medo maior era o seguran�a tirar a arma e dar um tiro."

O auxiliar administrativo registrou um boletim de ocorr�ncia em uma delegacia da capital paulista.

Procurado pela reportagem na noite da sexta-feira, 28, o Shopping P�tio Higien�polis afirmou, em nota, que a empresa de seguran�a contratada imediatamente providenciou a substitui��o do colaborador.

"O empreendimento repudia veementemente qualquer tipo de discrimina��o e refor�a que todos s�o bem-vindos no shopping", declarou o P�tio Higien�polis.