O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse nesta sexta-feira, 9, que quer transformar o turismo no "novo petr�leo" do Estado e que a Companhia de Turismo (TurisRio) seja uma "nova Petrobras". Witzel estabeleceu como meta que o n�mero anual de visitantes chegue a 12 milh�es - dez vezes maior do que o volume hoje de estrangeiros no Rio e quase o dobro dos turistas que visitam o Brasil inteiro.
"O turismo do Rio � o nosso novo petr�leo. � um PIB que cresce 4,5%, 5% no mundo. O desafio que temos � gigantesco. O Rio tem potencial de receber um milh�o de turistas por m�s. Podemos ter ao longo do ano 12 milh�es, o que ainda ficaria muito aqu�m de cidades como Nova York e Paris, com mais de 20 milh�es", disse, ao anunciar, no audit�rio da Federa��o do Com�rcio do Estado (Fecom�rcio), o secret�rio de Turismo: o deputado federal Ot�vio Guedes (PSDB), que n�o se reelegeu em outubro.
"O Rio n�o � s� Copacabana e carnaval. Muitas cidades t�m locais extremamente interessantes. A TurisRio deve ser a nova Petrobras. Vai captar recursos atrav�s do mercado de a��es, de t�tulos que possam ser lan�ados para fomentar a atividade de turismo", afirmou, ao se referir � centralidade da explora��o do petr�leo para a economia fluminense.
Em 2017, o Pa�s recebeu 6,5 milh�es de turistas internacionais - o Rio foi o segundo Estado mais procurado, atr�s de S�o Paulo (com 2,1 milh�es). O novo governo do Rio quer fomentar n�o s� o turismo internacional, mas tamb�m o nacional e o que se d� dentro do Estado. Witzel estuda dar incentivos fiscais para companhias a�reas aumentarem os voos para o Rio.
Cargos
O novo governo do Estado ser� norteado por "boas pr�ticas da gest�o empresarial", com uma �rea de compliance (que garanta que todas as a��es estejam dentro das leis) e a cobran�a de metas das secretarias, que ser�o enxugadas, segundo o coordenador da transi��o, o empres�rio Jos� Luiz Cardoso Zamith.
"A ideia � de implementar na gest�o p�blica boas pr�ticas do mercado privado, da gest�o empresarial: uniformizar indicadores de performance e governan�a e gerar cobran�a em todas as pastas com base naquilo que o governador espera e naquilo com que se comprometeu com a popula��o", apresentou Zamith.
Para a secretaria de Governo, ir� o �rbitro de futebol Gutemberg de Paula, que trabalhou na comunica��o digital da campanha e tem rela��o de proximidade com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de acordo com o governador eleito do Rio; para a presid�ncia da Autarquia de Prote��o e Defesa do Consumidor (Procon), o advogado C�ssio Coelho.
Witzel n�o divulgou ainda os nomes mais aguardados: o do secret�rio de Fazenda e Planejamento e os dois respons�veis pela �rea da Seguran�a P�blica - um da Pol�cia Civil e outro da Militar (ele quer extinguir a estrutura da Secretaria de Seguran�a). O procurador-geral do Estado deve ser divulgado na pr�xima semana.
O governador eleito afirmou que ir� requerer o ressarcimento do er�rio por preju�zos da corrup��o. Sobre o Minist�rio P�blico (MP), sinalizou simpatia pela perman�ncia do procurador-geral de Justi�a, Eduardo Gussem, e disse que aceitar� a lista ou o nome �nico que lhe for encaminhado.
Alerj
Instado a comentar a devassa na Assembleia Legislativa (ALerj), com a pris�o de dez deputados acusados de corrup��o, cinco reeleitos, pela Opera��o Furna da On�a, da Pol�cia Federal (PF) e do Minist�rio P�blico Federal (MPF), nesta quinta-feira, 8, Witzel afirmou que espera que n�o haja "novos sobressaltos" na Casa para que sejam apreciados pelos deputados o or�amento para 2019 e a situa��o de calamidade financeira do Estado.
Segundo a PF, os parlamentares lotearam o Estado, em especial o Departamento de Tr�nsito (Detran), num esquema de propina com o ex-governador S�rgio Cabral (MDB). Um deputado do partido de Witzel, o PSC, Chiquinho da Mangueira, est� entre os presos. Sobre isso, o novo governador disse confiar no Poder Judici�rio e que a posi��o diante da Alerj � de "neutralidade". Outro deputado preso, Andr� Correa (DEM), era pr�-candidato a presidente da Assembleia e at� ent�o contava com o apoio da base de Witzel como poss�vel nome.
O futuro governador reafirmou ter "toler�ncia zero" com corrup��o e que no governo estadual haver� um setor de "governan�a corporativa" para que haja o "m�ximo de transpar�ncia". Declarou tamb�m que a transi��o n�o � afetada pela pris�o do secret�rio de Governo do Estado, Affonso Monnerat, auxiliar do governador e Luiz Fernando Pez�o (MDB). Monnerat tamb�m foi capturado na opera��o da PF de quinta-feira. Ele liderava a transi��o pelo lado da administra��o estadual atual.
Ao tratar das "negociatas" no Detran, Witzel confirmou que as vistorias veiculares como existem hoje ser�o extintas. "Vamos passar a fazer na rua. Aleatoriamente, vamos escolher ve�culos para serem vistoriados, como o poder de pol�cia permite. A circula��o de ve�culos em m� conserva��o deve ser fiscalizada pelo Estado. Podemos fazer junto com a blitz da Lei Seca. Quando fizer a verifica��o do teor alco�lico do motorista, verifica a capacidade de rodagem do ve�culo."
Outsider
Ex-juiz federal, o novo chefe do Executivo estadual fez campanha com discurso de "outsider". Foi a primeira disputa para um cargo eletivo. Depois de vencer, disse que "estava" governador. Witzel sempre prometeu um secretariado de "perfil t�cnico", sem indica��es pol�ticas, ao sustentar que o "�nico compromisso" � com o povo do Estado, e n�o com partidos, e argumentar que escolheria os auxiliares ap�s an�lise de curr�culos e de declara��es p�blicas.
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