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Estado de Minas GERAL

Vacina da febre amarela tem contraindica��es e exige precau��es


postado em 28/11/2018 12:39

A proximidade do ver�o traz tamb�m uma preocupa��o: o aumento da circula��o dos mosquitos transmissores da febre amarela. Pela primeira vez, o litoral de S�o Paulo ter� um ver�o com a circula��o do v�rus.

Embora a vacina seja segura e o risco da doen�a seja alto, a imuniza��o � contraindicada para alguns grupos de pessoas. Em outros casos, h� precau��o e � preciso avaliar o risco versus benef�cio da vacina.

Indiv�duos com imunidade muito baixa correm risco de desenvolver a doen�a depois de tomar a vacina, uma vez que esta cont�m o v�rus atenuado, ou seja, enfraquecido. Isso serve para que, ao entrar em contato com o organismo, ele estimule o sistema imunol�gico a criar anticorpos.

Assim, se no futuro a pessoa entrar em contato direto com o v�rus ao ser picado por um mosquito transmissor, o corpo j� estar� com as defesas preparadas para combat�-lo. No casos graves da doen�a, a taxa de �bito chega a 40%, segundo especialistas consultados pela reportagem. "Na situa��o em que vivemos no Estado de S�o Paulo, � evidente que o risco da doen�a ultrapassa o risco da vacina", disse o infectologista Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI).

Confira abaixo quais s�o os grupos em que h� contraindica��o ou precau��o para a vacina e quais os cuidados em caso de n�o poder ser imunizado.

Beb�s menores de seis meses

Segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm), esse grupo n�o deve tomar a vacina. "O v�rus tem uma capacidade de afinidade com o sistema nervoso. Em crian�as muito pequenas, a barreira entre o sangue e o sistema nervoso � fr�gil e existe o risco de a vacina causar efeitos colaterais graves. A barreira encef�lica da crian�a ainda n�o tem estrutura e pode ter efeito colateral neurol�gico", explica.

Ent�o, beb�s com mais de seis meses de idade podem se vacinar? N�o exatamente. O Minist�rio da Sa�de indica que a imuniza��o seja apenas para pessoas acima de nove meses. O especialista afirma que, entre seis e nove meses, a vacina��o � indicada em caso de surto ou quando a crian�a mora em �rea de risco, onde a circula��o do v�rus � muito intensa. "N�o foram registrados casos (de febre amarela)entre seis e nove meses, quase nenhum at� um ano de idade", diz Kfouri.

Mulheres que amamentam

H� precau��o para as lactantes. O especialista da SBIm afirma que mulheres que amamentam beb�s de at� seis meses n�o devem ser vacinadas, pois o v�rus pode ser transmitido para a crian�a pelo leite. Por�m, caso ela viva em regi�o de risco, a imuniza��o est� liberada.

O Minist�rio da Sa�de recomenda suspender o aleitamento materno por dez dias ap�s a vacina��o. Neste caso, � importante procurar um servi�o de sa�de para orienta��o e acompanhamento a fim de manter a produ��o do leite materno e garantir o retorno � amamenta��o.

Gestantes

Gr�vidas tamb�m est�o no grupo de precau��o. "N�o se vacina a n�o ser que a mulher viva em zona de risco", diz Kfouri. No caso de a mulher morar em zona de circula��o viral confirmada, ela deve ser vacinada.

Al�rgicos a ovo

A vacina contra a febre amarela � produzida por meio do cultivo do v�rus atenuado em ovo de galinha. Assim, pessoas com alergia grave ao alimento, com risco de anafilaxia, a imuniza��o � contraindicada. Por�m, se o indiv�duo al�rgico necessitar, por algum motivo, da vacina, ela deve ser feita sob supervis�o.

Pessoas com doen�as autoimunes

Artrite reumatoide, psor�ase, l�pus e fibromialgia, por exemplo, s�o doen�as autoimunes, mas nem todas elas alteram a imunidade a ponto de a pessoa ter rea��es graves � vacina. No geral, h� uma precau��o, segundo o infectologista membro da diretoria da SPI. "A contraindica��o � absoluta nos casos que afetam o timo, �rg�o muito envolvido na imunidade que tem sido associado a doen�a grave", explica.

No caso de l�pus, ele afirma que a indica��o da vacina deve ser avaliada de acordo com o risco aumentado versus o benef�cio da vacina��o. "Se a pessoa mora em zona rural ou �rea afetada pr�xima � mata, considera-se que o risco da febre amarela � superior ao risco da vacina. Mas se a pessoa com l�pus mora na cidade, o risco da vacina � maior que o da febre e � contraindicada", explica Fortaleza. Segundo cartilha do governo, pacientes com l�pus eritematoso sist�mico est�o no grupo da contraindica��o devido � possibilidade de imunossupress�o.

No caso dos reum�ticos, h� precau��o e contraindica��o, e ambas dependem do tipo de medicamento que o paciente est� usando e da atividade da doen�a. "O tratamento � � base de medica��o que induz imunossupress�o (que reduz efici�ncia do sistema imunol�gico). Se o paciente est� bem, sem tomar medica��o, n�o h� contraindica��o, mas fala-se em precau��o. Se as medica��es est�o em doses maiores, tem contraindica��o por um per�odo", orienta a reumatologista Gecilmara Pileggi, coordenadora da Comiss�o de Doen�as Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Segundo a especialista, m�dico e paciente devem decidir em conjunto se vale a pena suspender o medicamento temporariamente para tomar a vacina. "Interromper a medica��o pode ter risco maior, mas tem de pesar o risco epidemiol�gico. Depois da vacina, � preciso esperar quatro semanas para voltar a tomar a medica��o", diz a reumatologista.

A SBR organizou um painel com especialistas e pacientes a fim de definir melhor as pessoas com artrite reumatoide em rela��o � vacina contra febre amarela. Quem est� sem imunossupress�o pode ser imunizado com avalia��o m�dica.

Pessoas com baixa imunossupress�o est�o no grupo da precau��o e, assim, "tem de avaliar o risco de perto, ver o quanto (o medicamento) est� segurando a doen�a", segundo Gecilmara. J� quem tem forte imunossupress�o sofre de um risco aumentado de tomar vacina e desenvolver a infec��o.

A reumatologista alerta que � importante procurar o m�dico com o qual se faz o tratamento antes de tomar a vacina, n�o o do posto. "�s vezes, ele n�o vai entender a situa��o do paciente", explica. Ela refor�a que doen�as como gota, artrose e fibromialgia n�o alteram a imunidade e, por isso, n�o entram para o grupo de contraindica��o. Pessoas com HIV e que fazem quimioterapia tamb�m est�o nesse grupo.

Pessoas com doen�as neurol�gicas

A contraindica��o ou precau��o depende da doen�a, segundo o infectologista da SPI. H� casos em que a doen�a neurol�gica aguda � decorrente de dose anterior da pr�pria vacina. "Nesses casos, deve-se considerar risco versus benef�cio da vacina", diz. O problema ocorre quando o v�rus provoca inflama��o no sistema neurol�gico, gerando encefalite, por exemplo, ou quando h� degenera��o nas c�lulas nas semanas seguintes � vacina. "Poder ter enfraquecimento dos m�sculos ou doen�a cerebral", explica Fortaleza.

Como se proteger

"A �nica forma de preven��o � evitar as �reas com circula��o do v�rus e usar barreiras de prote��o, como repelente e telas nas janelas da casa", orienta Renato Kfouri. Para os grupos que n�o t�m precau��o ou contraindica��o para a vacina, o especialista alerta para n�o esperar os casos da doen�a acontecerem para, s� ent�o, se vacinar. No come�o do ano, a alta demanda devido ao surto da febre amarela fez p�blico enfrentar filas de nove horas para conseguir a imuniza��o. "� melhor fazer isso sem atropelo, fora da epidemia", finaliza Kfouri.


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