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Estado de Minas GERAL

Em SP, casal com defici�ncia intelectual supera obst�culos e celebra casamento


postado em 29/11/2018 10:24

No dia do casamento de Priscilla e Binho, uma garoa chata ca�a sobre S�o Paulo. Embora estivesse ansiosa na noite anterior, a noiva acordou faltando apenas uma hora para a cerim�nia, arrumou-se �s pressas e chegou atrasada ao cart�rio de Santana, na zona norte, para sofrimento do noivo que, empacotado em roupas sociais e visivelmente nervoso, checava o rel�gio de pulso a cada instante.

Eram 9h17 de s�bado quando Priscilla apareceu toda de branco, levantando a barra do vestido para n�o molhar. Com o cabelo ornado por uma coroa de noiva, entrou na recep��o segurando um buqu� com flores de pl�stico. Chamava aten��o por ser a �nica vestida dessa forma no cart�rio.

Entre os presentes, o matrim�nio era tratado como uma vit�ria. Namorados h� 21 anos e noivos h� dois, Priscilla e Binho t�m defici�ncia intelectual, cujas causas nunca receberam diagn�stico. Ela tem 40 anos e aprendeu a ler e a escrever. Ele, com 51, nem isso. Embora trabalhe como empacotador em um supermercado, n�o consegue administrar o pr�prio dinheiro.

O casal enfrentou uma s�rie de dificuldades e recorreu � ajuda de advogado para formalizar a uni�o civil. Na sala de cerim�nia, Binho se embananou para repetir � risca os votos de casamento.

Nada que o deixasse constrangido. "Estou realizando um sonho", disse ap�s assinar seu nome na certid�o: Robinson Roberto Padrini. Na linha abaixo, foi a primeira vez que Priscilla Faustina de Oliveira tamb�m usou o sobrenome Padrini.

Direito

Priscilla e Binho j� moram juntos h� cerca de um ano, sob os cuidados de Maria Jos�. Sem pintura externa e repleta de rachaduras, a casa fica no Imirim, na zona norte, e � alvo de um processo de usucapi�o. "Se a gente for despejado, n�o sei o que vai ser", afirmou a idosa.

Alco�latra, os pais de Binho morreram cedo e ele foi criado desde a inf�ncia por Maria Jos�, a quem chama de m�e. O casal se conheceu na escola, no fim dos anos 1990. A hist�ria de amor, Binho come�a contando assim: "Sem querer, eu peguei na m�o dela...". E termina com um beijo correspondido no ponto de �nibus.

Na v�spera do casamento, a noiva decidiu dormir fora. "Ele n�o podia me ver arrumada, d� azar", justificou. Havia hist�rico para acreditar em m� sorte: o epis�dio mais emblem�tico aconteceu logo ap�s a festa de noivado, ao tentarem marcar uma data para a uni�o.

Primeiro, um tabelionato justificou que o domic�lio do casal n�o fazia parte da sua circunscri��o e recusou o pedido. Depois, em Santana, ouviram que, por causa da defici�ncia, s� agendariam o matrim�nio com autoriza��o judicial. Priscilla saiu correndo de l� e foi chorar no meio da rua.

Segundo a Lei de Inclus�o � Pessoa com Defici�ncia, de 2015, mesmo quem � interditado judicialmente pode casar. "N�s fizemos um dossi� mostrando que feria a legisla��o", disse o advogado Lucas Nowill de Azevedo, que abra�ou o caso. "O cart�rio entendeu e reverteu a decis�o."

Consultora da Apae de S�o Paulo, �rg�o que prestou apoio jur�dico ao casal, a advogada Stella Reicher disse que casos semelhantes s�o comuns, mesmo com a lei em vigor. "Esse processo representa um momento m�gico, porque fortalece essa conquista e cria precedente." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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