
Desde a �ltima quarta-feira, quando Jo�o de Deus apareceu no centro esp�rita onde trabalhava, em Abadi�nia, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal, n�o h� not�cias sobre o paradeiro do l�der espiritual. Nem mesmo pessoas pr�ximas sabem dizer onde ele est�.
Na noite de quinta-feira, pessoas pr�ximas diziam que ele estava em uma ch�cara nos arredores de An�polis (GO). A pol�cia, no entanto, n�o o encontrou em nenhum dos lugares que ele costuma frequentar — al�m da casa e do centro, em Abadi�nia, os policiais fizeram buscas na ch�cara e em um apartamento, em Goi�nia.
A pris�o preventiva foi decretada pelo juiz Fernando Chacha, de Alex�nia, cidade vizinha a Abadi�nia. Ele acolheu dois pedidos de pris�o: um da Pol�cia Civil e outro do Minist�rio P�blico de Goi�s. Antes da decis�o, o advogado do m�dium esteve em Alex�nia para apresentar a vers�o dele, e teria sugerido que ele fosse filmado e vigiado enquanto fazia as consultas no centro. O juiz n�o aceitou as propostas.
Abusos
Desde a �ltima sexta-feira (7/12), Jo�o tem sido alvo uma s�rie de den�ncias de viol�ncia sexual. Os cinco promotores do MPGO j� identificaram 330 mulheres que acusam o m�dium de abuso sexual. Em m�dia, a for�a-tarefa tem recebido 100 den�ncias por dia, desde segunda-feira (10/12).
Ao todo, mulheres de 12 unidades da Federa��o — Goi�s, Distrito Federal, Minas Gerais, S�o Paulo, Paran�, Rio de Janeiro, Pernambuco, Esp�rito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Par� e Santa Catarina — j� relataram casos. A maioria das poss�veis v�timas fez contato por meio do canal criado exclusivamente para essa finalidade, o e-mail [email protected].
Na quarta-feira, Jo�o fez sua primeira e, at� o momento, �nica aparia��o p�blica ap�s as den�ncias. �s 9h40, o m�dium chegou a Abadi�nia para atendimentos na Casa Dom In�cio de Loyola. Minutos depois, ele deixou o local amparado por advogados, funcion�rios e pessoas que se identificaram como m�dicos, segundo os quais ele passou mal durante o in�cio dos trabalhos espirituais.
Dentro da casa, o m�dium goiano disse que est� � disposi��o da Justi�a brasileira. "Irm�os e minhas queridas irm�s, agrade�o a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas m�os da Justi�a. O Jo�o de Deus ainda est� vivo", declarou.
Rep�rteres e cinegrafistas que aguardavam Jo�o de Deus no local foram agredidos com socos e at� mordidas. Alguns fi�is amea�aram os profissionais de imprensa. "Voc�s ter�o c�ncer e voltar�o todos aqui para se curar. Voc� se arrepender�o do que est�o fazendo", gritava uma mulher. "Lamentamos o que aconteceu, n�o � de nosso costume, mas foi uma situa��o que saiu do controle", comentou Cl�udio Prujar, volunt�rio da Casa Dom In�cio que ficou respons�vel por atender a imprensa.
*Estagi�rio sob supervis�o de Humberto Rezende