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Estado de Minas GERAL

Sob interven��o, Rio tem queda em roubo de carga, mas sofre com tiroteios


postado em 15/12/2018 18:49

A interven��o na seguran�a do Rio completa dez meses no domingo, 16, com um saldo pouco otimista. Anunciada em mar�o como a solu��o poss�vel para deter a escalada da viol�ncia na regi�o metropolitana, a a��o federal conseguiu uma redu��o de 14,4% no roubo de cargas, mas a um custo alto: os registros de tiroteios cresceram 56% e o n�mero de pessoas mortas pela pol�cia aumentou nada menos que 40% em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior. Em 303 dias, 161 pessoas foram atingidas por balas perdidas.

Os dados foram divulgados neste s�bado, 15, pelo Observat�rio da Interven��o, formado por especialistas em viol�ncia e seguran�a p�blica da Universidade C�ndido Mendes. Ao longo dos dez meses da iniciativa, o observat�rio monitorou mensalmente 15 indicadores. "A interven��o federal pelas For�as Armadas n�o resolveu os problemas estruturais da seguran�a p�blica do Rio", concluiu o relat�rio. "O que vimos foi a reafirma��o da estrat�gia de confrontos armados, gastos concentrados em grandes opera��es e aus�ncia de uma reforma estrutural da pol�tica de seguran�a."

De acordo com o cientista pol�tico Pablo Nunes, que participou da elabora��o do levantamento, o investimento em opera��es militares ostensivas pode ter um efeito positivo a curto prazo, mas n�o � sustent�vel.

Os n�meros mostram que, entre fevereiro e dezembro deste ano, houve uma redu��o de 5,5% nos n�meros de homic�dios dolosos em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado e de 14,4% do roubo de carga - um problema que estava inviabilizando a economia do Estado.

Durante a interven��o, o n�mero de agentes de seguran�a feridos em opera��es foi de 92 - 15% a menos que os 108 registrados no mesmo per�odo do ano anterior. O n�mero de agentes feridos tamb�m caiu um pouco, de 200 para 180.
No entanto, dispararam o n�mero de tiroteios (8.193 contra 5.238) e de mortos pela pol�cia (um total de 204 durante a interven��o). Nos dez meses da interven��o, 161 pessoas foram v�timas de bala perdida; praticamente uma a cada dois dias.

"Houve uma pequena redu��o nos �ndices de homic�dio, que eu chamaria de oscila��o, e um aumento assustador do n�mero de pessoas mortas pela pol�cia, uma situa��o que n�o � combatida pela interven��o", avaliou Nunes. "Ainda estamos esperando os n�meros de dezembro, mas tudo indica que o n�mero de roubo de cargas volta a subir."

A soci�loga Maria Isabel Couto, do laborat�rio de dados sobre viol�ncia urbana Fogo Cruzado, concorda com o colega.

"Consistentemente, todos os relat�rios que lan�amos mostram um aumento da viol�ncia armada durante a interven��o", afirma. "Isso significa que a pr�pria pol�tica de seguran�a tem um impacto grande na viol�ncia armada. � um efeito claro do aumento das opera��es grandes e com muitos agentes."
Segundo Maria Isabel, eventualmente, pode haver a redu��o de alguns �ndices. Mas o impacto sobre o dia a dia da popula��o - sobretudo de �reas mais carentes - � cada vez maior.

"A viol�ncia por arma de fogo afeta a popula��o de forma muito ampla: � o trem que fica sem circular, a escola que � fechada, o posto de sa�de que n�o abre. S�o v�rias pessoas que n�o conseguem sair de casa para ir trabalhar, outras que s�o baleadas dentro do transporte p�blico, por exemplo", explica Maria Isabel. "Come�amos a medir os tiroteios cont�nuos, aqueles que duram mais de duas horas. No total, durante a interven��o, foram mais de 260 horas de tiros; teve tiroteio cont�nuo que durou mais de 24 horas."

Em nota oficial, o Gabinete da Interven��o Federal (GIF) afirmou que os empenhos financeiros para a �rea de seguran�a p�blica alcan�am 62,9% dos recursos de R$ 1,2 bilh�o destinados pelo governo federal. Ainda segundo a nota, o valor comprometido com compras j� chega a R$ 755 milh�es. Est�o sendo adquiridos desde ve�culos at� colch�es para as pol�cias militar e civil.

"Estes recursos que j� foram empenhados superam os valores de dois anos e meio de investimento do estado do Rio em seguran�a p�blica", afirmou o secret�rio de administra��o do GIF, general La�lio Andrade.

O GIF informou ainda que, para coment�rios sobre os �ndices de viol�ncia, o jornal deveria procurar a Secretaria de Seguran�a, que n�o respondeu � solicita��o. A interven��o est� prevista para terminar no dia 31 de dezembro.


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