Cear� tem ataques coordenados e explos�o em viaduto; governo pede tropas federais

Criminosos incendiaram �nibus e carros e tentaram explodir o pilar de um viaduto e incendiar um posto de combust�veis em uma s�rie de crimes coordenados registrados desde a noite desta quarta-feira, 2, em Fortaleza e cidades da regi�o metropolitana. Os ataques continuaram acontecendo ao longo desta quinta-feira, 3, o que levou � redu��o na circula��o de coletivos, que rodam sob monitoramento policial. Diante disso, o governador Camilo Santana (PT) solicitou ao ministro da Justi�a e da Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, o envio de tropas federais para controlar a situa��o.

De acordo com a Secretaria da Seguran�a P�blica e da Defesa Social cearense, um total de 11 ve�culos foram incendiados. At� esta tarde, nove suspeitos haviam sido presos por liga��o com os crimes e outras tr�s pessoas estavam sob averigua��o. O policiamento foi refor�ado nos terminais de �nibus e nos principais corredores comerciais e banc�rios.

Os ataques aconteceram um dia ap�s o novo secret�rio da Administra��o Penitenci�ria, Lu�s Mauro Albuquerque, ter dito que n�o reconhecia fac��es no Estado e que n�o iria mais separar presos de acordo com a liga��o com essas organiza��es. O secret�rio, que antes ocupou a secretaria de Justi�a no Rio Grande do Norte, prometeu tamb�m agir para confiscar os celulares existentes dentro das unidades prisionais e impedir a entrada de novos. Fac��es como os Guardi�es do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV) t�m grande atua��o dentro e fora dos pres�dios cearenses.

O primeiro caso aconteceu �s 23h22 no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, onde um �nibus foi incendiado. Os ataques seguiram durante a madrugada, quando um �nibus no bairro Parque Santa Rosa e uma van no bairro Planalto Caucaia tamb�m foram queimados.

Em Caucaia, cidade da regi�o metropolitana, aconteceu uma explos�o contra um dos pilares de um viaduto na BR-020. A estrutura ficou bastante danificada, mas o ataque n�o levou ao desabamento. A Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) interrompeu o tr�nsito no local e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) realizou inspe��es no local para verificar o grau de abalo contra a estrutura.

No bairro Damas, um artefato de fabrica��o caseira foi arremessado contra um posto de combust�veis. Um funcion�rio conseguiu debelar as chamas e ningu�m ficou ferido durante a a��o, de acordo com a secretaria.

Os ataques seguiram. No Departamento Municipal de Tr�nsito (Demutran) de Horizonte, na regi�o metropolitana da capital, suspeitos atearam fogo contra ve�culos que estavam no p�tio da reparti��o. "Cinco autom�veis tiveram perda total e um foi atingido parcialmente", informou a pasta.

No in�cio da tarde desta quinta, suspeitos em duas motocicletas pararam um coletivo na Avenida C�nego de Castro, em Fortaleza, e atearam fogo no ve�culo. Uma composi��o do Corpo de Bombeiros foi acionada para debelar o fogo. A Secretaria da Seguran�a informou que as chamas atingiram parcialmente duas resid�ncias e um casal de idosos foi levado, por uma equipe da For�a T�tica da Pol�cia Militar, para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), com ferimentos leves. O motorista do coletivo tamb�m foi socorrido, ap�s se acidentar no momento que tentava fugir da a��o criminosa.

J� no bairro Barroso II, outro coletivo foi incendiado e teve perda total. Por �ltimo, no bairro Vicente Pinz�n, as chamas atingiram parcialmente um coletivo na Rua Ismael Pordeus. O fogo foi contido tamb�m por um caminh�o do Corpo de Bombeiros. Nos dois casos n�o h� informa��es de feridos.

Medidas est�o sendo adotadas, diz governador

Por meio de uma mensagem no Facebook, o governador disse que "todas as medidas est�o sendo adotadas atrav�s das nossas for�as de seguran�a, para proteger a popula��o e coibir a a��o dos criminosos". Ele disse ter determinado refor�o de policiamento nas ruas desde a madrugada e, logo ap�s as a��es, nove pessoas foram autuadas e outras tr�s est�o sob investiga��o.

"Estive reunido com toda a c�pula da Seguran�a P�blica e Sistema Penitenci�rio e reforcei minha determina��o de continuar agindo com todo o rigor e dentro da lei para coibir as a��es criminosas e estabelecer o total controle das unidades prisionais, conforme todo o planejamento que j� vem sendo feito no Cear�", acrescentou Santana.

Al�m de anunciar a nomea��o de 220 novos agentes penitenci�rios e 373 policiais militares, o governador disse ter conversado por telefone com Moro, que, segundo Santana, teria se colocado "� inteira disposi��o para o apoio necess�rio". O governador disse ter solicitado ao governo federal refor�o de homens da For�a Nacional de Seguran�a, do Ex�rcito e da For�a de Interven��o (Penitenci�ria) Integrada".

O Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica est� analisando um pedido do governo do Cear� para o envio de tropas da For�a Nacional como refor�o � seguran�a, em meio a uma onda de ataques na capital cearense supostamente originados por fac��o criminosa. J� se encontra em Fortaleza, no entanto, uma equipe de 15 policiais deslocada para o local para a investiga��o, antes mesmo do in�cio desta que � a primeira crise pontual relativa a seguran�a p�blica ap�s a posse do presidente Jair Bolsonaro.

O ministro S�rgio Moro e o nome indicado por ele para a Secretaria Nacional de Seguran�a P�blica (Senasp), general Guilherme Teophilo - que foi candidato derrotado nas elei��es de outubro ao governo do Cear� pelo PSDB -, se reuniram no fim da tarde desta quinta-feira, 3, para discutir a situa��o. Os agentes da For�a Nacional que j� est�o em Fortaleza n�o realizam policiamento ostensivo.

Em posse, Moro prometeu combate a fac��es

Moro assumiu nesta quarta-feira, 2, o minist�rio de Justi�a e Seguran�a P�blica e prometeu aten��o especial � seguran�a p�blica, como uma prioridade de sua gest�o, al�m do combate ao crime organizado e � corrup��o.

Segundo Moro, ser�o feitas a��es melhorar a qualidade dos pres�dios federais, para que haja "o absoluto controle das comunica��es das lideran�as de organiza��es criminosas com o mundo exterior". Tamb�m falou em destravar os investimentos nas estruturas prisionais de Estados e do Distrito Federal.