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Estado de Minas GERAL

N�mero de nascimentos volta a subir ap�s queda causada por crise e microcefalia


postado em 09/01/2019 11:35

Ap�s contabilizar em 2016 o menor n�mero de nascimentos em 21 anos, o Brasil voltou a registrar aumento na quantidade de beb�s nascidos no Pa�s. Dados do Sistema de Informa��es sobre Nascidos Vivos referentes a 2017, publicados recentemente na plataforma Datasus e tabulados pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostram que o n�mero de crian�as nascidas em 2017 foi de 2,920 milh�es, ante 2,858 milh�es no ano anterior - uma alta de 2,1%.

O n�mero, no entanto, n�o chega ao patamar de 2015, quando o Pa�s teve 3,018 milh�es de nascimentos. A queda de 5,2% registrada entre 2015 e 2016 foi motivada, segundo especialistas, pela crise econ�mica e pelo receio da microcefalia causada pelo v�rus zika, fatores que fizeram parte das mulheres adiar a gravidez.

Foi no final de 2015 que o Minist�rio da Sa�de descobriu que mulheres infectadas pelo zika durante a gesta��o poderiam dar � luz beb�s com m�-forma��es cong�nitas graves, a principal delas a microcefalia.

A pasta diz que os n�meros de nascimentos de 2015, 2016 e 2017 seguem uma tend�ncia de estabilidade. Especialistas em obstetr�cia, por�m, afirmam que mulheres que pensavam em ter filhos entre 2015 e 2016 adiaram os planos e retomaram o desejo um ano mais tarde, embora ainda com receio.

A professora Claudia Sampaio Nunes Ribeiro, de 30 anos, come�ou a pensar em engravidar em 2015. Procurou a ginecologista para ter orienta��es e recebeu a recomenda��o de adiar a gesta��o por causa das complica��es associadas ao v�rus, que n�o eram bem conhecidas na �poca. "Ela falou para a gente tentar segurar um pouco, e comecei a me adaptar para ter os cuidados que seriam necess�rias na gravidez, como usar repelente", conta ela.

Com o Pa�s em crise, o per�odo de espera tamb�m serviu para Claudia organizar as finan�as. "A crise econ�mica sempre interfere, porque nunca estamos 100%. Fomos planejando tudo devagar e separando dinheiro para este momento", relata a professora.

No final de 2016, ap�s decidir retomar o plano de ter um filho, descobriu a gravidez. Redobrou os cuidados e passou a ser acompanhada de perto pela ginecologista. "Minha m�dica falou para eu n�o ir para lugar nenhum sem falar com ela."

Claudia deixou de ir � praia durante a gesta��o. Nem os parentes, que moravam no interior, receberam a visita dela durante a gesta��o. "Queria ter feito foto da gravidez na praia, mas fiquei com medo de ir. Parte da minha fam�lia morava em S�o Jos� dos Campos (SP) na �poca e tamb�m n�o ia para l� nesse per�odo. Passava mais repelente do que tomava �gua."

Em julho de 2017, nasceu Maria Eduarda, mas os cuidados continuaram. "Coloquei tela mosquiteira nas janelas e, agora, passo repelente nela tamb�m", afirma Claudia.

Congelamento

Mesmo entre mulheres que buscavam tratamento para engravidar e que, por causa da idade, tinham pressa, o medo do zika fez com que o plano fosse, se n�o adiado, pelo menos adaptado.

"Para as mulheres que tinham alguma dificuldade para engravidar, adiar era muito complicado. O que algumas fizeram, ent�o, foi congelar os �vulos ou embri�es naquela �poca e fazer a transfer�ncia para o �tero s� depois que o p�nico por causa do zika passou", diz o ginecologista e obstetra Mauricio Chehin, especialista em reprodu��o humana da Huntington Medicina Reprodutiva.

Ele explica que, embora o v�rus zika ainda esteja em circula��o no Pa�s, o maior conhecimento sobre as consequ�ncias da infec��o e sobre as formas de prote��o contra a doen�a diminu�ram o temor dos casais que queriam ter um filho.

"O conhecimento sobre a doen�a tranquiliza. Voc� saber que pode evit�-la tomando medidas como usar repelente e vestu�rio adequado ou optando por engravidar numa �poca de clima mais frio e longe de regi�es end�micas fazem com que a mulher se planeje melhor e perca um pouco do medo", afirma o m�dico.

Tr�s anos ap�s o casamento e com a filha de 1 ano e 2 meses no colo, a pernambucana Mariana Alves, de 35 anos, hoje respira aliviada. Mas a decis�o de adiar a gravidez para 2017 n�o foi f�cil. "Quando casei, em maio de 2015, j� planej�vamos a gravidez para, no m�ximo, o primeiro semestre de 2016. Tivemos de adiar tudo. Foi angustiante."

Pernambuco foi o epicentro da epidemia. Desde 2015 at� o final de 2018, foram 465 crian�as nascidas com microcefalia no Estado. Em todo o Pa�s, o n�mero de casos confirmados chega a 3,2 mil no per�odo.

"Sempre quis ser m�e. Esperei muito por isso, mas acabei optando por adiar o sonho de engravidar. Quando ela nasceu, em outubro de 2017, e eu a vi, saud�vel, senti que a espera havia valido a pena", diz ela.

Ces�reas

O �ndice de ces�reas feitas no Pa�s voltou a aumentar em 2017, ap�s dois anos em queda, mostram os dados do Sistema de Informa��es sobre Nascidos Vivos do Minist�rio da Sa�de.

Um dos pa�ses campe�es em n�mero de cesarianas atualmente, o Brasil viu o porcentual desse tipo de partos somente aumentar entre 1999 e 2014, quando o �ndice chegou a 56,99% do total de partos.

Em 2015, com a promo��o de a��es para reduzir o n�mero de ces�reas desnecess�rias pelo Minist�rio da Sa�de e pela Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), a taxa caiu para 55,48%. Em 2016, teve nova queda: 55,39%. E no ano seguinte, entretanto, o �ndice registrou leve alta e chegou a 55,67%.

O plano da enfermeira Juliana da N�brega Louro, de 31 anos, era de que o parto de sua primeira filha fosse normal. Mas Marcela, nascida em maio de 2017, chegou por meio de uma ces�rea indicada pela obstetra. "Estava com 37 semanas e era um domingo. Fui fazer um ultrassom e o l�quido amni�tico estava baixo. A m�dica falou que era para eu ficar e fazer o parto. N�o estava muito informada sobre isso e agora sei que n�o precisava ter sido assim. Ela nasceu bem, foi respeitoso, mas, hoje, n�o fico contente."

Medidas

Para o minist�rio, a taxa de ces�reas n�o cresceu, mas, sim, manteve tend�ncia de estabiliza��o em 55%. O fen�meno de estabiliza��o, conforme a pasta, � consequ�ncia de uma s�rie de medidas tomadas pelo governo para reduzir as ces�reas sem necessidade, entre elas a cria��o da Rede Cegonha e de Casas de Parto Normal e maior presen�a de enfermeiras obst�tricas na hora do parto.

J� a ANS ressaltou que o �ndice de partos ces�reos nos planos de sa�de caiu de 83,34% para 82,95% entre 2016 e 2017. A ag�ncia afirmou ainda que continua desenvolvendo o projeto Parto Adequado. Na atual fase da iniciativa, participam 137 hospitais privados, 25 hospitais p�blicos, 65 operadoras de planos de sa�de e 73 hospitais parceiros, segunda a ANS. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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