(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

Cresce prescri��o m�dica da 'Cannabis'


postado em 10/01/2019 07:51

A dona de casa Mariele Martins, de 33 anos, viaja 150 quil�metros, de Taubat� a S�o Bernardo, para levar a filha La�s, de 1 ano, a um neuropediatra. Ap�s passar por quatro especialistas, finalmente encontrou um que n�o rejeitasse o �nico tratamento que diminuiu a frequ�ncia de convuls�es que a menina sofria: um �leo feito de subst�ncia extra�da da Cannabis, a planta da maconha.

"O canabidiol n�o � milagre, mas devolveu a vida pra gente. Hoje, ela reconhece todas as pessoas da casa, assiste a desenhos, interage socialmente, brinca com o irm�o", conta a m�e. Foi logo ap�s o diagn�stico de S�ndrome de Aicardi, condi��o gen�tica rara e cong�nita, que come�ou a saga da fam�lia para diminuir o sofrimento de La�s. As convuls�es chegavam a 70 por dia - hoje n�o passam de 3.

A crescente demanda de pacientes como La�s pelos produtos derivados da Cannabis, os canabinoides, pressiona a classe m�dica. De 2015 a 2018, o n�mero de profissionais que prescreveram canabinoides foi de 321 para 911 (alta de 183%), segundo dados da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) reunidos pela Abmedcan, entidade voltada � forma��o de m�dicos sobre o tema.

Mas o total de prescritores ainda � baixo, se comparado ao de pacientes que j� receberam autoriza��o para importar o produto: 4.236, at� outubro. Incertezas sobre as subst�ncias, dificuldades de delimitar dosagens e inseguran�a sobre a legalidade da pr�tica est�o entre os motivos da baixa ades�o.

"Meus pacientes que me for�aram a buscar conhecimento. Fui me atualizando e chegou ao ponto em que n�o tinha onde ter informa��o. Fui para fora do Pa�s", diz o neurocirurgi�o Pedro de Pierro, do Centro de Excel�ncia Canabinoide, tamb�m voltado para forma��o m�dica.

A empresa � uma das criadas no �ltimo ano para dar cursos e palestras para m�dicos sobre a Cannabis medicinal, tratando do passo a passo da importa��o e quest�es jur�dicas da prescri��o. No Pa�s, a Anvisa autoriza importar o canabidiol em associa��o com outros canabinoides, para tratamento de sa�de, mediante prescri��o de profissional habilitado. � preciso justificar a op��o pelo tratamento e apontar outras terapias realizadas.

J� o Conselho Federal de Medicina (CFM) delimita que s� neurologistas, neurocirurgi�es e psiquiatras podem prescrever o canabidiol para crian�as e adolescentes com epilepsias refrat�rias (resistentes) aos tratamentos convencionais.

Profissionais de v�rias especialidades, como oncologistas e reumatologistas, procuram as forma��es e tamb�m consultoria - a ajuda pode ser at� online. Segundo Carolina Nocetti, cofundadora da Abmedcan, listas de prescritores circulam na internet e h� filas em consult�rios desses especialistas.

"Muitos colegas dizem que n�o prescrevem porque t�m medo. N�o sabem como � a metaboliza��o, as implica��es", diz a neurologista Paula Maria Mimura, que come�ou a estudar o tema ap�s um paciente perguntar sobre o tratamento. Desde ent�o, viu colegas olharem para seu trabalho com desconfian�a.

Outro gargalo � o custo. Como n�o � permitido plantar Cannabis no Pa�s, a maioria dos rem�dios � importada.

Cautela

Para Salom�o Rodrigues Filho, psiquiatra e membro do CFM, o debate exige cuidado. "Sabemos os efeitos terap�uticos, mas n�o conhecemos os riscos (do canabidiol). N�o sabemos o que vai acontecer com essa crian�a (submetida ao tratamento) quando for adulta." A decis�o pela delimita��o de especialidades que podem prescrever, diz, � t�cnica, pois o prescritor precisar ter conhecimento e experi�ncia sobre a doen�a.

Questionada sobre a regulamenta��o da Cannabis para uso medicinal - o que poderia reduzir pre�os -, a Anvisa disse que o tema � debatido internamente e que ser� criado um grupo de trabalho com outros �rg�os. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)