A Pol�cia Militar de S�o Paulo estreou nesta quinta-feira, 10, um grupo de media��o para evitar danos ao patrim�nio e pessoas feridas no protesto marcado pelo Movimento Passe Livre (MPL) no centro da capital paulista contra o aumento da tarifa dos transportes p�blicos de R$ 4 para R$ 4,30. De coletes azuis, com a inscri��o "mediador", tr�s agentes da PM buscavam informa��es e faziam pedidos a representantes dos manifestantes.
O ato do MPL tinha concentra��o marcada para as 17 horas, na Pra�a Ramos de Azevedo, na frente do Theatro Municipal. Por volta das 18 horas, o p�blico ainda n�o enchia a pra�a - a PM n�o fez estimativa do n�mero de manifestantes. O tenente Cr�vel Clemente, do 7� Batalh�o da PM, um dos negociadores, solicitou que os manifestantes retirassem as hastes das bandeiras e que informassem qual seria o itiner�rio do protesto.
O primeiro pedido n�o foi bem recebido pelas duas negociadoras do MPL, Andressa e Larissa, que se comprometeram a discutir o tema durante uma assembleia antes de o ato sair. Por fim, a PM cedeu nesse ponto. A segunda proposta obteve resposta positiva: ambas se comprometeram a comunicar todo o itiner�rio.
Mais tarde, por�m, o negociador da PM disse a representantes do MPL que o trajeto informado pelo grupo, at� a Pra�a do Ciclista, na Avenida Paulista, n�o poderia ser feito porque o tr�nsito da cidade n�o tinha como ser organizado a tempo. As manifestantes argumentaram que o trajeto j� estava decidido e que estava sendo informado � PM.
O tenente Clemente sugeriu, ent�o, �s representantes que elas fizessem outro trajeto, at� a Pra�a Roosevelt, no centro, mas as jovens argumentaram que n�o havia mais tempo (a marcha j� havia come�ado). O objetivo da PM era evitar que o ato chegasse � Avenida Paulista e se encerrasse l�.
Em protestos anteriores do MPL, ap�s o encerramento oficial, com a convoca��o do pr�ximo ato, black blocs come�avam a depredar bens p�blicos e privados. Embora as manifestantes digam que o ato se encerrar� pacificamente. �s 19h45, o grupo marchava pela Avenida S�o Jo�o, na altura da Ipiranga, na regi�o central da cidade. Ainda havia impasse sobre o destino final dos manifestantes.
Na Avenida Ipiranga, j� era poss�vel ver manifestantes mascarados em meio ao grupo. Antes de o protesto come�ar, o mediador da PM havia pedido que n�o houvesse manifestantes com rosto coberto.
As reivindica��es
O protesto tem bandeiras do PSTU, do PCB e da Conlutas. Manifestantes convocavam a popula��o a apoiar a greve do funcionalismo p�blico municipal, marcada para o dia 4 contra a reforma da previd�ncia dos servidores de S�o Paulo, j� sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
Embora o prefeito e o governador Jo�o Doria (PSDB) sejam os principais alvos nos cartazes, outros grupos tamb�m s�o provocados no ato. "N�o vai ter paz, mexeu com a tarifa, mexeu com Satan�s" � um dos gritos, uma resposta a discursos religiosos do primeiro escal�o do governo Bolsonaro, que tem feito ataques verbais aos grupos de esquerda.
Membro do MPL destacada para falar com a imprensa, a manifestante Gabriela Dantas diz que o objetivo do ato � protestar contra o aumento da tarifa em �ndices maiores do que o sal�rio m�nimo. "Tivemos um aumento salarial abaixo da infla��o e um aumento da tarifa acima da infla��o".
A estudante de lingu�stica Juliana Vignado, de 27 anos, dizia esperar um protesto pac�fico, quando falou com o jornal O Estado de S. Paulo ainda na concentra��o do ato. "Acompanho os meninos do MPL h� muitos anos e sei da seriedade deles. Minha preocupa��o � com a repress�o policial".
O casal Rafael Selassie, de 17 anos, e CJ Backer (a jovem n�o quis dar o nome), de 18, disseram acreditar que o protesto n�o revogar� os aumentos, como ocorreu em 2013. "Os governos hoje s�o muito mais repressores, de corte de direitos", disse ela. "Mas nosso papel � ir para a rua", completou ele. "Democracia n�o � o governo de todos. � o da maioria. Ent�o temos de construir a nossa", finalizou CJ.
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