Um conflito que envolvia Prefeitura, associa��es de moradores, o Conselho de Seguran�a do Bixiga, no centro de S�o Paulo, o Minist�rio P�blico e donos de bares da regi�o fez como v�tima um dos p�rocos da Igreja Nossa Senhora de Achiropita. Amanh�, �s 19 horas, com curativos ainda no bra�o, o padre Ant�nio Bogaz ser� o centro de uma missa de apoio e solidariedade que a Arquidiocese de S�o Paulo organiza em sua homenagem.
Bogaz foi esfaqueado no bra�o pelo comerciante Edson Augusto da Silva, que teve a pris�o tempor�ria por tentativa de homic�dio expedida no �ltimo dia 3 e est� foragido. No dia 27 de dezembro, quando sa�a de um pr�dio que abriga a��es comunit�rias da igreja carregando caixas com presentes para volunt�rios, o padre foi abordado pelo comerciante, cujo bar fica ao lado da Achiropita. "Ele n�o disse nada", lembra o p�roco.
O ataque j� foi esclarecido. Antes de pegar o fac�o e atentar contra o religioso, Silva viu seu com�rcio ser emparedado em uma a��o da PM e da Secretaria de Coordena��o das Subprefeituras. As suspeitas s�o de que o comerciante culpou o padre pela a��o. "Ele era a pessoa mais exposta, porque a igreja fica no centro do bairro", diz o promotor de Justi�a Cesar Ricardo Martins.
Mas a igreja era s� uma das diversas entidades que mantinham as conversas que precederam a fiscaliza��o. A a��o, que teve como rea��o a facada no padre, come�ou a ser planejada em 4 de dezembro, depois que moradores do Bixiga procuraram autoridades em busca de uma solu��o para um problema crescente na regi�o: o aumento do barulho noturno e, com ele, do tr�fico de drogas da �rea.
Tr�fico
O presidente do Conselho de Seguran�a (Conseg) do Bixiga, Luciano Martins de Farias, relata que, desde meados do ano passado, rodas de samba passaram a impedir o tr�nsito no bairro. "Eles fecham a rua at� depois das 22 horas", afirma. Mas, quando essas festas acabavam, botecos que continuavam abertos e tinham m�sica para fora atra�am o p�blico. E, ali, traficantes tamb�m aproveitavam a cena.
O Conseg passou a reunir associa��es de moradores para tratar do tema, fornecendo informa��es ao Minist�rio P�blico, que j� tinha inqu�rito para apurar a degrada��o do bairro, e a igreja tamb�m se envolveu.
Com sua famosa festa de rua, que rende receita para a Achiropita, a par�quia desenvolve uma s�rie de a��es sociais - atende mil pessoas por dia, em servi�os que v�o do apoio aos moradores de rua a creches e cuidados para idosos. "Passamos a atuar para conter o avan�o do tr�fico junto com o restante da comunidade", diz o padre.
A mobiliza��o deu resultado. "Fomos procurados e organizamos uma a��o em conjunto com a PM, porque h� presen�a de traficantes ali, e fiscalizamos os bares irregulares", diz o secret�rio das Subprefeituras, Alexandre Modonezi. Na a��o, cinco bares foram emparedados. O homem que atacou Bogaz vivia em uma pens�o por ali. No bairro, a informa��o que circula � de que ele fugiu para a Bahia. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
GERAL