MP v� elo de suspeito em caso Marielle com grilagem

Investiga��o do Minist�rio P�blico (MP) do Rio revela que, nos �ltimos dez anos, o vereador Marcello Siciliano (PHS) participou de pelo menos 80 transa��es imobili�rias envolvendo a cess�o de terras em Vargem Grande, Vargem Pequena e Guaratiba, zona oeste carioca, �reas sob dom�nio da mil�cia. Siciliano � investigado como envolvido na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Segundo documento sigiloso do MP obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, uma das teses levantadas, ainda sem conclus�o, � a de que Marielle foi morta por ter atingido algum neg�cio de supostos s�cios milicianos do vereador. Ele nega a acusa��o, que chegou anonimamente pelo Disque-Den�ncia. Outro inqu�rito, tamb�m sigiloso, apura os homic�dios.

Em dezembro, ao Estad�o, o ent�o secret�rio de Seguran�a do Rio, general Richard Nunes, disse que o caso Marielle est� ligado a mil�cias envolvidos em grilagem na zona oeste. No dia seguinte, foram cumpridos mandados de apreens�o em endere�os ligados ao vereador.

O documento do MP re�ne informa��es sobre Siciliano na tentativa de demonstrar seu elo com milicianos da zona oeste. Revela uma negocia��o entre Siciliano e um empres�rio de explora��o de saibro, cujo irm�o foi preso acusado de ser miliciano. O vereador admite que j� trabalhou com saibro e confirma a sociedade nos neg�cios, mas nega envolvimento com mil�cias e afirma trabalhar de forma legal.

Investiga��o feita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), anexada ao inqu�rito, revela ainda que, em apenas de julho a dezembro de 2016, houve movimenta��o at�pica na conta banc�ria do vereador. O valor - R$ 2.141.704 - foi considerado incompat�vel com seus rendimentos. Tamb�m foram identificados saques em esp�cie de valores altos, um deles feito pelo pr�prio Siciliano, de R$ 100 mil.

Siciliano, diz o MP, figura como s�cio em cinco empresas, tr�s de incorpora��es imobili�rias. O MP destaca o fato de que duas delas t�m sede em endere�o residencial. Outra n�o tem registro de funcion�rios, aponta o �rg�o. "As evid�ncias permitem poss�vel conclus�o sobre exist�ncia de empresas de fachada", diz o MP.

Siciliano afirmou que suas negocia��es de terra s�o feitas em cart�rio e que sua m�e � sua �nica s�cia, em duas empresas, pelas quais gerencia neg�cios imobili�rios. Disse que outras duas empresas citadas j� fecharam e que a quinta nem estaria no seu nome. "Tudo meu tem escritura, est� declarado no Imposto de Renda." Ele tamb�m afirmou que era amigo de Marielle na C�mara. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.