O aumento no consumo causado pelo calor j� deixa cidades sem �gua no interior de S�o Paulo. Em Santa Cruz das Palmeiras, no s�bado, 9, o racionamento de �gua foi estendido a todos os dias da semana, incluindo s�bados e domingos. Desde o dia 1�, a cidade ficava sem �gua quatro dias por semana. A medida emergencial, segundo a prefeitura, deve-se � queda no volume de �gua dos reservat�rios e ao risco da cidade, de 30 mil habitantes, n�o ter �gua para distribuir � popula��o no per�odo da estiagem.
Nos tr�s �ltimos meses, choveu menos do que o esperado no munic�pio. Em janeiro deste ano, o �ndice foi de 64 mil�metros, o pior nos �ltimos dez anos. Choveu apenas 23,4% do que o munic�pio costuma registrar de chuvas no per�odo anualmente, que � de 273 mm. O prefeito Z� da Farm�cia (Patriota), que assumiu o cargo h� seis meses, disse que n�o houve investimentos em gest�es anteriores para melhorar a capta��o e aumentar o volume de �gua armazenada.
A represa do David, uma das respons�veis pelo abastecimento, est� quase seca. A prefeitura est� pedindo � popula��o que reaproveite �gua usada em m�quinas de lavar roupa para lavar a casa. A lavagem de carros e cal�adas est� temporariamente proibida na cidade, salvo em lavadoras com abastecimento pr�prio. Em agosto do ano passado, os moradores j� haviam sofrido com o racionamento.
Alternativa de abastecimento para cidades como Taquarituba, Ita� e Avar�, a represa de Jurumirim, no Rio Paranapanema, atingiu o n�vel mais baixo dos �ltimos 25 anos, segundo dados da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA). No s�bado, o volume da represa atingiu 13,7% de sua capacidade total. Historicamente, o reservat�rio inicia o m�s de fevereiro com 60% da capacidade.
As prefeituras do entorno ainda n�o est�o sendo afetadas porque disp�em de outros sistemas para capta��o, mas podem ficar sem a op��o de usar a represa durante a estiagem. Com o n�vel baixo, as faixas de areia das margens ficam expostas e, quando chove, a terra deixa a �gua barrenta.
A represa de Itupararanga, que abastece 500 mil moradores de Sorocaba e outros 800 mil de Votorantim, S�o Roque, Mairinque, Ibi�na, Cotia, Vargem Grande Paulista, Piedade e Alum�nio, est� com apenas 42% de sua capacidade. O n�vel mais baixo j� registrado foi na grande estiagem de 2015, quando o reservat�rio chegou a 35% da capacidade. A redu��o no n�vel causa tamb�m maior concentra��o de poluentes, principalmente esgotos e agrot�xicos, demandando maior n�mero de opera��es nas esta��es de tratamento desses munic�pios.
Em Sorocaba, bairros das regi�es norte e leste ficaram desabastecidos no fim de semana. Na zona sul, moradores dos bairros Magn�lia e Jardim Zulmira reclamaram da �gua amarelada que sa�a das torneiras. O Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgotos (Saae) informou que, devido ao calor, o consumo se elevou em cerca de 20%, deixando sem �gua por algumas horas os locais mais altos da cidade. "Todos os mananciais de Sorocaba est�o com n�veis abaixo do esperado para essa esta��o do ano, quando o volume de chuvas � mais consider�vel", disse, em nota.
Segundo a autarquia, n�o h� risco de racionamento neste momento, mas h� necessidade da popula��o se empenhar para economizar, para que haja �gua durante os meses de estiagem. Sobre a �gua barrenta, o Saae informou que a eleva��o do consumo reduziu em demasia o n�vel de um reservat�rio na Esta��o de Tratamento do Cerrado. Com o reabastecimento, houve um balan�o na rede de distribui��o, arrastando sedimentos da tubula��o. O fato foi corrigido, mas alguns bairros acabaram recebendo parte dessa �gua.
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