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Estado de Minas GERAL

Museu reabre com hist�ria do Bixiga e do carnaval


postado em 16/02/2019 07:55

O aspecto ainda � o de um dep�sito abandonado, um lugar onde a mem�ria se escondeu para morrer quietinha. Mas, aos poucos e com muito esfor�o, a poeira vai sendo expulsa do casar�o - e um peda�o da hist�ria de um dos bairros mais ic�nicos de S�o Paulo poder� receber visitas outra vez. Depois de mais de uma d�cada sem uma programa��o regular, com usos apenas espor�dicos, o Museu Mem�ria do Bixiga (Mumbi) reabre hoje suas portas ao p�blico.

De in�cio, o im�vel n�mero 118 da Rua dos Ingleses, funcionar� apenas aos finais de semana. A partir de hoje, o museu abrigar� duas exposi��es: uma sobre os carnavais do Bixiga (com fantasias, fotos e materiais da escola de samba Vai-Vai e de blocos que fizeram a fama do bairro, como os Esfarrapados) e outra sobre a hist�ria do tradicional Bolo do Bixiga.

Ap�s o carnaval, uma exposi��o sobre o futebol de v�rzea do bairro tamb�m deve movimentar o museu. "O bairro inteiro � um museu. N�s queremos funcionar apenas como um epicentro disso: o museu das pessoas simples que escreveram a hist�ria do Bixiga", diz um dos fundadores do Mumbi, Paulo Santiago de Augustinis, de 72 anos.
Entre uma s�rie de raridades, o museu tem objetos do compositor Adoniran Barbosa, sapatos da Carmen Miranda, fantasias e adere�os da Escola de Samba Vai-Vai, fotos do in�cio do bairro e dos primeiros imigrantes, correspond�ncias de prisioneiros de guerra e muita memorabilia de gente comum - de sapateiros, barbeiros, ferreiros e parteiras. "Estamos tirando essa cara de dep�sito e come�ando a arrumar a casa", avisa o diretor do espa�o Diego Rodrigues Vieira, de 29 anos.

Nos anos de 20, o casar�o foi a resid�ncia de um italiano sem herdeiros. Por isso, ao morrer, o im�vel transformou-se em patrim�nio da Uni�o. Sem destina��o, n�o demorou para que fosse invadido por moradores de rua e traficantes. Lendas ao redor da casa afirmam que a deteriora��o era t�o grande que at� um assassinato teria acontecido ali. S� no in�cio dos anos 80, quando a casa estava novamente vazia, ela foi reocupada por aquele que atuou a vida inteira como "embaixador", agitador cultural e historiador autodidata do bairro do Bixiga: Armando Puglisi, o Armandinho do Bixiga.

Material da vizinhan�a

Baseado na experi�ncia de um dos primeiros muse�logos brasileiros, J�lio Abe Wakahara, respons�vel por criar o chamado Museu de Rua (exposi��es em espa�os p�blicos que contavam a hist�ria dos bairros e seus moradores), Armandinho tamb�m come�ou a coletar "material" dos vizinhos e amigos. "Armandinho dizia que quando algu�m morria no Bixiga os parentes costumavam jogar tudo fora. A ideia dele era recuperar a mem�ria perdida do bairro", diz a presidente da associa��o Museu Mem�ria do Bixiga, Vera Rodrigues.

Mas, como o casar�o estava ocupado de forma irregular, come�aram os problemas. No in�cio dos anos 90, no governo Fernando Collor de Mello, a Uni�o tentou reaver o im�vel. E ele s� n�o foi perdido gra�as a habilidade pol�tica de Armandinho.

Na �poca, o idealizador do museu descobriu que a m�e da ent�o toda poderosa ministra Z�lia Cardoso de Mello, Auz�lia Martoni Cardoso de Mello, tinha descend�ncia italiana. "Armandinho bolou uma homenagem para a m�e da Z�lia. Foi uma ideia genial. A pr�pria ministra compareceu e se divertiu muito", afirma Santiago. Pode ser coincid�ncia, mas ap�s a visita e a homenagem, n�o se falou mais em o museu deixar o casar�o.

O processo para a devolu��o do pr�dio ficou adormecido at� o governo Fernando Henrique Cardoso - quando o im�vel passaria para a Pol�cia Federal. "Queriam que aqui fosse a sede da Interpol. Pode uma coisa dessas?", brinca Augustinis.

Tudo parecia se encaminhar para um final feliz. Mas, em 1994, Armandinho de c�ncer no p�ncreas. O museu ficou abandonado, os problemas financeiros se acumularam e o casar�o foi, mais uma vez, invadido. S� a partir de 2015, a associa��o conseguiu reassumir o lugar e, aos poucos, com eventos espor�dicos, foi amadurecendo a ideia de uma reabertura.

Hoje, o grupo que administra o museu tem a posse provis�ria do casar�o e os tramites para aquisi��o definitiva est�o em andamento. Para Vieira, o que est� ocorrendo agora � s� o come�o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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