A dona de casa Cristina Aparecida Soares, de 34 anos, tenta preencher o vazio deixado pela morte da filha Geovanna Crislaine Soares da Silva, de 17 anos, mobilizando as redes sociais contra o feminic�dio. Al�m de pedir justi�a, ela quer o fim da lei que impede a pris�o no per�odo eleitoral, mesmo em caso de crimes graves. Geovanna foi assassinada pelo ex-namorado em 27 de outubro de 2018, em Votorantim, na v�spera do segundo turno das elei��es. O rapaz se apresentou � pol�cia e assumiu o crime, mas n�o ficou na cadeia - como ele se entregou 12 horas ap�s o crime, n�o foi configurado flagrante. Pela lei, ningu�m pode ser preso, a n�o ser em flagrante, cinco dias antes nem 48 horas depois do pleito.
Cristina conta que velava o corpo da filha quando soube que o assassino tinha sido liberado. "Ele saiu pela porta da frente, como se nada tivesse acontecido. Fiquei t�o revoltada que postei em rede social, e muita gente me deu raz�o. � inaceit�vel uma lei que mant�m na rua o autor de crime hediondo, n�o importa se tem elei��o ou n�o. Nada justifica." Rapidamente a p�gina "Justi�a pela Geovanna e todas as mulheres que passaram por crimes brutais", no Facebook, atingiu 1,2 mil seguidores.
� m�e, n�o bastou. Ao saber que o inqu�rito estava parado em raz�o das f�rias da delegada, ela confeccionou camisetas com a foto da filha e foi com um grupo � frente da delegacia. Depois, rumou at� o f�rum e falou com o promotor criminal. A ordem de pris�o foi expedida.
Agora, a m�e acompanha o processo, posta o andamento na internet e espera a data de julgamento. "N�o � poss�vel que mulheres e meninas sejam assassinadas assim. O pior � que o assassino viveu tr�s anos dentro de casa, tratado como um filho."
O acusado do crime, Jackson da Silva Santos, de 21 anos, morava no mesmo bairro e era tido pela fam�lia dela como um rapaz bom. "Ele trabalhava numa reciclagem e passaram a se encontrar, depois o relacionamento ficou mais s�rio. Com o passar do tempo, ele come�ou a beber demais, at� que minha filha deu um basta", afirma a m�e.
Recorrente. Ela diz que Santos n�o aceitava a separa��o e havia tentado matar sua filha alguns dias antes, mas a menina n�o contou. "Quando o celular dela voltou da per�cia, achamos um �udio em que ele, aparentemente b�bado, pedia perd�o. Ela respondeu: 'Voc� quase me matou, tapou a minha boca, quase desmaiei'. Se ela tivesse falado ou a gente tivesse visto..."
Foi um vigia que surpreendeu Santos perseguindo a jovem e desferindo facadas, numa estrada no bairro vizinho. O rapaz fugiu, deixando o carro no local. Conforme a m�e, sua filha foi morta com 11 facadas. A defesa do rapaz, que est� preso, informou que s� se manifestar� no processo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
GERAL