Rinite e sinusite: saiba o que s�o e como tratar essas condi��es

Rinite e sinusite podem ser facilmente confundidas, ainda mais porque a primeira pode desencadear a segunda. Muitas vezes, a pessoa n�o consegue identificar as diferen�as entre elas e acaba falando que tem alguma 'ite' frequente. Embora parecidas, � importante ficar atento aos sintomas da rinite al�rgica e da sinusite para saber como trat�-las.

Basicamente, a rinite ocorre devido a uma inflama��o na mucosa do nariz e, geralmente, tem car�ter alerg�nico. A rea��o inicia-se quando algum 'intruso' atinge a superf�cie interna do nariz, que � sens�vel.

Como um reflexo natural do ser humano, a pessoa vai espirrar a fim de impedir que esse corpo estranho chegue aos pulm�es, explica o otorrinolaringologista Jamal Azzam. O espirro serve como uma prote��o, mas, nas pessoas com rinite al�rgica, a sensibilidade � muito maior e esse reflexo torna-se repetitivo

Al�m disso, a fun��o de umedecimento do ar, feito no nariz por meio da produ��o de coriza, tamb�m aumenta, o que eleva a quantidade de secre��o. Com isso, chega-se aos sintomas da rinite. "A pessoa espirra demais, tem muita coriza, o nariz fica entupido, h� coceira exagerada e pode ter conjuntivite, porque o olho est� ligado ao nariz", enumera Azzam.

F�bio Morato Castro, especialista em alergia, imunologia e diretor da Cl�nica Croce, diz que, no Brasil, os principais fatores alerg�nicos, por ordem de incid�ncia, s�o �caro, animais, fungos, restos de insetos e poeira e, em alguns pa�ses, o p�len.

"A gente vive cerca de 98% da vida dentro de ambientes fechados, que s�o mais irritantes do que os abertos. Desse tempo, 60% � dentro de casa, dos quais 40% � dentro do quarto. Se tiver de escolher de cara um lugar para higienizar, que seja o quarto. Vai depender do al�rgeno, mas recomenda-se deixar entrar sol, evitar ac�mulo de poeira e usar aspiradores com filtros de �gua", orienta Castro.

Segundo o IV Consenso Brasileiro sobre Rinite, "o quadro cl�nico continua a ser importante para o diagn�stico da rinite al�rgica. Al�m dos sintomas caracter�sticos (espirros, coceira e obstru��o nasal), a obten��o de hist�rico al�rgico pessoal e familiar � fundamental, assim como a identifica��o dos fatores desencadeantes".

Um dos sintomas da rinite al�rgica � coriza em excesso, o que demanda grandes quantidades de len�os.
Um dos sintomas da rinite al�rgica � coriza em excesso, o que demanda grandes quantidades de len�os.

O que � sinusite?

Azzam explica que, quando a rinite induz � produ��o exagerada de coriza, a secre��o fica acumulada nos seios da face, cavidades que s�o uma extens�o do nariz. "O canal que liga os seios da face ao nariz � estreito. Se produzir demais e o nariz ficar inchado, vai reter secre��o e isso configura sinusite", diz o m�dico.

Em alguns casos, as pessoas podem ter rinite e n�o ter sinusite e vice-versa. Em uma gripe, por exemplo, se houver muita produ��o de coriza sem que seja poss�vel dren�-la para o nariz, haver� ac�mulo dos seios da face tamb�m.

"A maioria tem sinusite por duas coisas que predisp�em: rinite al�rgica ou altera��es anat�micas do nariz que prejudicam a drenagem dos seios da face. Quem tem sinusite ou tem rinite ou tem desvio de septo, adenoide (carne esponjosa)", explica Azzam.

O otorrino afirma que, enquanto a rinite � um quadro cr�nico, ou seja, a pessoa � al�rgica a vida inteira, a sinusite pode ser aguda (provocada por uma gripe) ou cr�nica. No caso da rinite, mesmo sendo cont�nua, ela pode se manifestar mais ou menos de acordo com o ambiente em que a pessoa vive.

Consequ�ncias da rinite e sinusite

Embora comecem com uma hipersensibilidade, rinite e sinusite n�o s�o apenas um inc�modo, tem consequ�ncias mais s�rias. Dores de cabe�a, altera��es nos ouvidos ou dent�rias (porque a pessoa passa a respirar mais pela boca) s�o citadas pelos especialistas.

No dia a dia, as complica��es podem aumentar. Cientificamente, � comprovado que a rinite al�rgica diminui a qualidade do sono, principalmente porque a congest�o nasal provoca dist�rbios respirat�rios durante a noite, diminui o rendimento escolar, gera fadiga diurna, compromete a produtividade e as fun��es cognitivas.

Tratamento para sinusite e rinite al�rgica

F�bio Morato Castro explica que o tratamento se baseia em tr�s alicerces: higiene ambiental, medicamento e imunoterapia. No primeiro caso, � preciso descobrir o al�rgeno e combater. Pode ser �caro, pelo de animais, cheiros fortes. Azzam acrescenta que � bom evitar ambientes pouco ventilados, carpetes, cortinas e pel�cias. Para quem tem animais de estima��o, Castro indica dar banho nos animais com alguma frequ�ncia para evitar o ac�mulo �caros nos pelos.

J� os medicamentos, geralmente antial�rgicos, funcionam contra os sintomas quando h� crise. Em alguns casos, usa-se anti-inflamat�rio para desinflamar a mucosa. Pode-se tratar tamb�m com corticoides em casos mais complexos e spray nasal. H� tamb�m vacinas para diminuir a sensibilidade. Azzam aconselha usar soro fisiol�gico de forma preventiva para limpar as vias nasais e prevenir crises de rinite.

A imunoterapia � um tratamento mais longo que vai tirar a sensibilidade que a pessoa tem ao al�rgeno. "Dura cerca de tr�s anos. Nos primeiros meses, aumentamos a concentra��o do al�rgeno no organismo, por aplica��o subcut�nea, e depois faz manuten��o", explica Castro. Isso seria como for�ar o sistema imunol�gico a resistir ao fator alerg�nico.

Jamal Azzam observa que a primeira coisa a ser feita quando se atesta um quadro cl�nico de rinite al�rgica � avaliar a cavidade nasal. "Se tem desvio de septo, o que adianta tomar antial�rgico?". Segundo ele, � preciso ter certeza se altera��es anat�micas est�o provocando o quadro de rinite ou sinusite.

Em casos raros, o otorrino cita a possibilidade de cirurgia para sinusite, porque, �s vezes, a secre��o fica acumulada nos seios da face e n�o sai. "A cirurgia � minimamente invasiva, sem cortes, s� por dentro do nariz com uso da videocirurgia", explica.