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Estado de Minas GERAL

Quando a folia entra na era do bioglitter


postado em 05/03/2019 14:30

O carnaval sempre foi a "melhor �poca do ano" para a empreendedora de turismo Cintia Ramos, de 29 anos, adepta tanto das escolas de samba quanto dos blocos de rua. H� dois anos, contudo, ela come�ou a repensar o impacto da festa para o meio ambiente. Por isso, foi atr�s de alternativas mais sustent�veis, mas igualmente coloridas. "Vi que tinha alternativas t�o lindas e maravilhosas quanto, e est� mais f�cil", garante.

Na maquiagem, Cintia aposta no glitter biodegrad�vel, fixado com �leo de coco, que divide com as amigas. O confete, ela mesma faz, utilizando um furador em folhas secas - mesma mat�ria-prima do adere�o que utiliza na cabe�a. Al�m disso, se fantasia com pe�as que j� tem no guarda-roupa e usa um copo reutiliz�vel.

A fot�grafa Cris Tronco, de 32 anos, tamb�m � adepta do carnaval com menos lixo � vista. No bloco que foi semanas atr�s, em Porto Alegre, decorou a roupa com retalhos de tecido e lantejoulas de um colar arrebentado. "J� tenho pastinha no arm�rio com itens de anos anteriores. N�o compro nada j� faz dois, tr�s anos. Reutilizo de amigos que n�o v�o mais usar."

J� a cantora e cicloativista Fil� Silva, de 58 anos, � adepta do carnaval sustent�vel j� na organiza��o do bloco, que realiza na zona sul paulistana. H� quatro anos, foi uma das fundadoras do Bloco do Pedal, cujo sistema de som � movido por meio da utiliza��o de bicicletas instaladas sobre uma estrutura. Al�m disso, o movimento dos pedais tamb�m aciona a libera��o de got�culas de �gua, para refrescar os participantes.

"� uma forma de a gente tamb�m oferecer para as pessoas que gostam de pedalar uma coisa diferente, um pouco mais tranquila", diz ela, que calcula um p�blico m�dio de 380 pessoas nos desfiles, que come�aram h� quatro anos e j� ocorreram em 2019. "Todo mundo tem curiosidade, quer subir, pedalar. N�o precisa nem saber andar, n�o cai."

Tamb�m na regi�o sul, o Chucrute Zaidan vai ter pontos de coleta de lixo eletr�nico no desfile de s�bado, nas proximidades da Avenida Chucri Zaidan. Segundo o empres�rio Giliardi Pires, de 38 anos, fundador, a ideia surgiu porque o bloco atrai principalmente pessoas que trabalham na �rea de tecnologia. "� uma tecnofolia."

No Rio, o Vagalume O Verde usa fantasias e estandarte produzidos a partir de pe�as de escolas de samba e, tamb�m, distribui ecobags feitas de banner reciclado para os foli�es guardarem o lixo. Na confec��o, s�o usadas amarras para evitar o consumo de energia das m�quinas de costura.

"� um caminho que n�o tem volta, cada vez mais a gente vai abra�ar essa causa. A festa provoca um impacto muito grande", afirma Hugo Camarate, fundador do bloco.

Produtos

Com a procura, empreendedores e ativistas t�m investido em alternativas que impactam menos o meio ambiente. Dentre elas, a mais popular � o bioglitter, que hoje � produzido por mais de dez marcas distintas no Pa�s, al�m de fabricantes caseiros. Os pre�os variam de R$ 8 a cerca de R$ 30.

A marca carioca Glitra vende a purpurina j� misturada com cremes e �leos, como se fosse uma maquiagem brilhosa, o que facilita a aplica��o. Segundo a criadora, Ma�ra In�e, a ideia surgiu antes do carnaval passado e, mesmo em cima da hora, teve grande demanda. Feito com base em celulose, o produto � vendido na internet, com demanda maior no Rio e em S�o Paulo e durante o ver�o. "O fluxo est� crescendo, aumentou uns 30% em um ano."

J� a estudante de Moda Cibele de Castro, de 28 anos, faz ecoglitter a partir do p� de mica, uma subst�ncia de menor impacto ambiental que o pl�stico, mas n�o biodegrad�vel. Al�m disso, tamb�m produz pequenas estrelas produzidas com o mineral misturado com batata, amido e glicerina. Segundo ela, a procura maior � de mulheres jovens entre 20 e 30 anos. "Quero lan�ar com outros formatos tamb�m, de cora��o, estrelas maiores, fazer gel brilhoso com glitter", conta a criadora da Key Piece.

Al�m do glitter, fantasias e adere�os tamb�m s� s�o comercializados com op��es feitas a partir de materiais reaproveitados, como sobras de tecidos. H�, ainda, quem utilize material org�nico nos enfeites, como Carol Ikeda, de 38 anos, do Ateli� Pitanga, que faz arranjos a partir de flores secas, com pre�o a partir de R$ 45.

Tenho floricultura h� dois anos e meio, comecei a secar como uma forma de minimizar as perdas. Passei a fazer arranjos e, da�, surgiu o carnaval e comecei a usar flores nas tiaras", diz Carol. "A gente pode, sim, fazer bonito sem agredir o meio ambiente, conscientemente, e tamb�m com custo baixo."


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