Trag�dia em Brumadinho poderia ter sido evitada, afirma MP de Minas Gerais

A promotora de Justi�a do Minist�rio P�blico do Estado de Minas Gerais (MPMG), Paula Ayres Lima, disse hoje que a for�a tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido no fim de janeiro, j� tem convic��o de que a trag�dia poderia ter sido evitada. Em entrevista realizada em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira, ela afirmou que j� h� convic��o entre os v�rios �rg�os que participam das apura��es de que foi um crime doloso, j� que havia conhecimento desde 2017 sobre a situa��o da barragem e nada foi feito.

"Nenhuma provid�ncia pr�tica foi tomada. Nem o Plano de A��o Emergencial, que n�o teria evitado o rompimento, mas teria evitado a cat�strofe humana, foi adotado", disse, lembrando que h� informa��es sobre uma tentativa de se resolver o problema, mas que n�o deu certo e foi abandonada. "Tudo indica que eles teriam que parar a produ��o e ficou-se sempre buscando uma solu��o que evitasse parar a opera��o", completou.

Segundo a promotora, cerca de 18 pessoas est�o sendo investigadas, mas a For�a-Tarefa n�o iniciou ainda a tipifica��o de todos os crimes associados ao rompimento da estrutura. O presidente afastado da companhia, F�bio Schvartsman, tamb�m n�o foi ouvido ainda.

"Essa investiga��o � um quebra-cabe�a de milh�es de pe�as e todas as pe�as t�m se mostrado importantes. H� um conjunto de provas que est� permitindo que a gente j� fa�a algumas conclus�es", disse, frisando que a tipifica��o legal pode levar o grupo a apontar crimes contra a fauna, a flora, al�m das mortes.

Para a promotora, n�o se pode atribuir a culpa � empresa. "A Vale � uma pessoa jur�dica. O que a gente v� � que os funcion�rios que lidavam ali no dia a dia, principalmente aqueles que tiveram mandado de busca e apreens�o, n�o fizeram nada", completou. "� mais que omiss�o isso. � uma omiss�o muito sabida. Eles tinham consci�ncia que existia um risco", disse.

Procurada, a Vale ainda n�o se pronunciou sobre o conte�do da entrevista.