Foram quatro horas de ang�stia e informa��es desencontradas at� que a fam�lia de Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, recebesse a not�cia que n�o queria: o aluno do 3.� ano do ensino m�dio da Escola Raul Brasil era uma das v�timas do massacre.
Douglas foi baleado na cabe�a e socorrido ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, mas no momento do resgate estava pr�ximo ao RG de outro aluno e foi identificado como Jos� Victor. Mais ou menos no mesmo hor�rio, por volta das 10 horas, um tio de Douglas, professor em outra escola de Suzano, come�ava a ser informado pelos alunos de um ataque no col�gio pr�ximo. "N�o conseguia mais dar aula porque os alunos come�aram a receber mensagens, fotos e v�deos", diz Robson Chaves, de 42 anos. "Quando deu 11 horas, minha esposa ligou falando que estava com a m�e do Douglas e ele n�o atendia o celular."
A� come�ou a via-cr�cis da fam�lia. Primeiro seguiram ao col�gio e foram informados que o aluno tinha sido levado ao hospital de Mogi. Chegando l�, como o jovem havia sido identificado como Jos� Victor, a fam�lia retornou a Suzano sem uma pista de onde o garoto estava.
Ap�s muitas informa��es desencontradas, a fam�lia tentou novamente contatar o jovem pelo celular. "S� que dessa vez foi uma funcion�ria do hospital que atendeu o telefone e pediu que a gente fosse para l�."
Segundo os tios do adolescente, Douglas, embora tivesse muitos amigos na escola, havia pedido � fam�lia para trocar de col�gio. "Estava tendo muitos casos de indisciplina, bagun�a, e ele era mais tranquilo, um menino muito d�cil", diz o tio.
Evang�lico, Douglas, al�m da escola regular, fazia aulas de inform�tica e de futebol. Ao terminar o ensino m�dio, no fim deste ano, pretendia tentar Computa��o em uma universidade. F� de videogames, costumava ir � casa do amigo Gustavo, de 16 anos, para jogar. O colega escapou por pouco.
"Ele cruzou com um dos atiradores quando estava correndo, pulou o muro para fugir e correu para casa. S� machucou um dedo da m�o. Foi um livramento de Deus", conta o pai, o corretor de im�veis Jos� Roberto Santos, de 49 anos. "Ele chegou em casa, me ligou e disse 'Pai, aconteceu uma trag�dia, escapei por milagre, mas acho que o (Douglas) Murilo n�o conseguiu." Os dois eram amigos desde os 5 anos e estudavam na mesma sala. "Ele vivia l� em casa. Meu filho est� em choque", diz Jos� Roberto.
Outra v�tima, Samuel Melqu�ades, de 15 anos, se dividia entre a escola, o gosto pelo desenho e a igreja. "Era ele que levava mensagem de esperan�a aos outros jovens", disse Jos� Silva, tio do rapaz. "Sempre estava nos dias de culto, quartas, s�bados e domingos. Era atuante, din�mico, alegre, incr�vel", contou o tio Jos� Silva, aposentado de 70 anos.
A fam�lia frequenta a Igreja Adventista do S�timo Dia. "T�nhamos a esperan�a de que pudesse sobreviver", acrescentou, sobre o rapaz, aluno do 2.� ano do ensino m�dio do col�gio, que havia sido achado vivo na escola. Ele morreu a caminho do hospital. Haver� um vel�rio coletivo na Arena Suzano a partir das 7 horas desta quinta-feira, 14. J� Douglas ser� velado na igreja Assembleia de Deus.
Feridos
Com uma machadinha no ombro, Jos� Victor Lemos, de 18 anos, chegou caminhando sozinho no Hospital Santa Maria, a duas quadras da escola. Ao ouvir os disparos dentro do col�gio, o jovem tentou fugir. "Ele estava com a namorada, saiu para outro lugar, e os dois se desencontraram. Pulou o muro e foi pego de surpresa pelo atirador", conta o pai, Marco Lemos. Ap�s cirurgia, seu quadro era est�vel nesta quarta-feira, 13.
O jovem completou 18 anos dia 6. Para a m�e, Sandra Regina Lemos, a partir de agora ele ter� duas datas de anivers�rio. "Nasceu de novo." Sete v�timas foram para esse hospital - cinco delas foram depois encaminhadas para outras unidades. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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