Profissional armado em escola n�o � solu��o, diz secret�rio de educa��o de SP

Um dia ap�s o massacre em Suzano, na Grande S�o Paulo, o secret�rio estadual da Educa��o, Rossieli Soares, disse nesta quinta-feira, 14, que mais armas n�o v�o resolver os problemas e que coloc�-las nas m�os de professores pode provocar rea��es indesejadas.

Rossieli afirmou ainda que o governo estadual j� havia iniciado um estudo sobre seguran�a de escolas vulner�veis. E que os procedimentos de seguran�a, inclusive em rela��o a novos equipamentos, est�o sendo reavaliados pela Secretaria.

Ao ser questionado na R�dio Eldorado nesta manh� sobre as rea��es pol�ticas ao ataque a tiros na Escola Raul Brasil em defesa da posse de arma por professores, Rossieli discordou.

"N�o acho que mais armas resolver�o nossos problemas. Colocar arma na m�o do professor pode ter determinada rea��o e muitas vezes nem sempre a melhor rea��o. � uma opini�o pessoal, sem ser especialista. N�o acho que mais armas v�o resolver os problemas", afirmou.

Nesta quarta-feira, o senador Major Ol�mpio (PSL-SP) defendeu o decreto que flexibiliza a posse de armas no Pa�s. Segundo ele, se algum funcion�rio do col�gio estivesse armado, a trag�dia poderia ter sido menor.

"Se houvesse um cidad�o com uma arma regular dentro da escola, um professor, um servente ou policial aposentado que trabalha l�, ele poderia ter minimizado o tamanho da trag�dia", afirmou o senador.

"Precisamos de mais di�logo e conversa. Tivemos trag�dia desse tipo dentro de igreja e de cinema tamb�m. Vamos ter que colocar arma na m�o do padre e do cara que controla a entrada no cinema? N�o � isso que vai resolver os nossos problemas hoje", disse o secret�rio.

Para Rossieli, a trag�dia � uma oportunidade para discutir a aproxima��o da escola com a fam�lia e a amplia��o de espa�os de debate com os alunos. Segundo o secret�rio, os procedimentos de seguran�a, de entrada e sa�da, ser�o revistos nas escolas estaduais.

"Precisamos olhar para os problemas de seguran�a nos formatos diferentes na rede. Estamos olhando para isso para melhorar todos esses procedimentos", afirmou.

O secret�rio explicou que nesta quarta-feira a maior preocupa��o do governo estadual era n�o deixar que familiares soubessem sobre a morte dos adolescentes pela imprensa. "Estive ao lado das familiares em um momento muito duro. � algo que nunca vou esquecer na minha vida: a dificuldade de dizer para uma m�e que seu filho faleceu. Todo esse cuidado foi importante", disse.

Em rela��o � seguran�a das escolas, segundo Rossieli, j� havia sido iniciada uma avalia��o em unidades de ensino paulista "vulner�veis" por parte do governo. Sem entrar em detalhes, o secret�rio destacou que esta ser� uma das prioridades da pasta.

"Temos que olhar para o aspecto da seguran�a em si. J� tinha uma preocupa��o e j� est�vamos estudando como apoiar escolas vulner�veis. Temos preocupa��o que n�o � s� colocar seguran�a a mais. A c�mera n�o resolve sozinha. A escola tinha c�meras", explicou.

Em nota, a Secretaria da Educa��o do Estado de S�o Paulo informou que os procedimentos de seguran�a em todas as 5,3 mil escolas ser�o revisados e est� em estudo um projeto para refor�o � seguran�a nas escolas mais vulner�veis.

As aulas em todas escolas p�blicas estaduais e municipais de Suzano est�o suspensas at� a pr�xima sexta-feira, 15. Na pr�pria sexta-feira, professores da rede discutir�o as propostas pedag�gicas para acolhimento, na pr�xima semana, dos alunos e comunidade escolar.

Escola Ruy Brasil

Sobre a Escola Estadual Professor Ruy Brasil, as informa��es s�o as seguintes: na segunda-feira, 18, a unidade ser� reaberta apenas para professores e funcion�rios. Ser�o desenvolvidas atividades como acolhimento, prepara��o e apoio psicol�gico com apoio do Instituto de Psicologia da USP, t�cnicos da Secretaria da Educa��o, entre outros profissionais e especialistas.

Tamb�m ser� mobilizada uma rede de apoio com institui��es p�blicas e privadas para tra�ar um planejamento e estrutura��o das atividades de apoio a alunos, familiares, professores, servidores e toda comunidade.

A partir da pr�xima ter�a-feira, 19, a unidade ser� reaberta para comunidade de pais, alunos e professores participarem de projetos pedag�gicos na escola. Ser�o atividades livres, oficinais, apoio psicol�gico, rodas de conversa, depoimentos e compartilhamento de boas pr�ticas, entre outras atividades.

Ser� dado apoio de equipe de especialistas da Secretaria Estadual e Municipal Educa��o, equipes t�cnicas da Prefeitura Municipal e outros especialistas como Instituto de Psicologia da USP, centros de Aten��o Psicossocial (CAPES) da Prefeitura, entre outras institui��es tamb�m far�o parte do grupo de apoio.

Com objetivo de mudar o ambiente escolar, toda estrutura interna ser� pintada e revitalizada com o apoio da comunidade escolar.