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Estado de Minas

Alunos se lembram com carinho de professora mineira morta em Suzano

Eles contam que ela estava "sempre feliz" durante o trabalho


postado em 14/03/2019 21:14 / atualizado em 15/03/2019 08:01

(foto: Reprodução/Facebook)
(foto: Reprodu��o/Facebook)
Marilena Ferreira Vieira Umezu, a professora de sorriso farto e cativante, que defendia o “porte de livros” como “arma” para salvar o cidad�o, por meio da educa��o, n�o media esfor�os pela escola e seus alunos. Professora de filosofia do ensino m�dio, ela foi 'promovida' � fun��o de coordenadora pedag�gica da escola, por�m recebia sal�rio pelo cargo de professora, conforme o Portal da Transpar�ncia do governo de S�o Paulo. O �ltimo sal�rio l�quido de Marilena, registrado no site, em janeiro deste ano, foi de R$ 4.050,88.


A remunera��o, no entanto, parecia pouco importar quando o assunto era dedica��o. Em entrevistas desde o momento da trag�dia, alunos e colegas faziam quest�o de destacar a dedica��o e o astral sempre “pra cima” de Marilena o que, segundo eles, a levaram ao cargo de coordenadora. “Ela vivia a educa��o com intensidade”, disse um dos professores. “Amada” e “adorada” eram adjetivos frequentes nas falas daqueles que conviviam diariamente com Marilena.

 

A educadora vai faltar, em abril, a uma festa que ela e os quatro irm�os vinham planejando h� alguns meses: os 80 da m�e, dona Maria. Natural de Ub�, na Zona da Mata, Lena, como era chamada pelos parentes, completaria 60 anos em agosto.


Aos 15 anos, deixou Minas com a fam�lia para morar em Suzano (SP), cidade que adotou como sua, onde se formou em pedagogia e conheceu o marido, com quem teve tr�s filhos e duas netas. Em seu perfil no Facebook, que n�o est� mais dispon�vel para visualiza��o, ela costumava postar fotos das netas, que tratava como “presentes e tesouros”.


A m�e e os irm�os voltaram para Ub� ap�s a aposentadoria do patriarca da fam�lia. “Est� muito dif�cil para a fam�lia aguentar, mas Deus est� dando for�a pra gente. Por incr�vel que pare�a, ela (dona Maria) foi mais forte que os filhos”, afirmou M�rio Ferreira, o irm�o ca�ula, em entrevista � R�dio Educadora de Ub�.

Um dos filhos de Marilena mora na China e embarcou para o Brasil ao receber a tr�gica not�cia da morte da m�e, a primeira v�tima dos assassinos. O port�o da Escola Estadual Raul Brasil estava aberto e coube a ela receber os ex-alunos Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique Castro, de 25, autores do massacre. Teria sorrido para eles, segundo relatos, certamente por t�-los reconhecido. Nem sequer poderia imaginar o crime que haviam planejado.

SORRISO FARTO

Um de seus alunos contou � BBC News Brasil que todas as lembran�as que tem da pedagoga s�o dela sorrindo. Uma ex-estudante do Raul Brasil destaca que a imagem que ela passava era de ser uma pessoa “sempre feliz”.

Professora de portugu�s, Elo Ferreira trabalhou por 10 anos com Marilena. “Ela n�o era um alvo espec�fico. Era uma pessoa dedicada, querida e fazia tudo pelos alunos. Vivia a educa��o com intensidade e era generosa, colaborava com coordenadores de outras escolas da cidade", contou, tamb�m � BBC.

O amor pelos livros, que levava Marilena � biblioteca da escola sempre que encontrava um tempo livre, fez a professora comentar um assunto pol�mico de forma delicada, do alto da sua sabedoria acumulada nos longos anos de dedica��o � educa��o de crian�as e jovens. Em 19 de janeiro, comentou sobre as pol�ticas de armamento da popula��o ao compartilhar uma imagem em seu perfil no Facebook. Dizia o texto: “Somos a favor do porte de livros, pois a melhor arma para salvar o cidad�o � a educa��o”.

Naquele dia ou em qualquer outro, ela jamais imaginaria ser v�tima de uma outra arma, disparada por dois jovens que passaram por suas aulas de filosofia, mas n�o aprenderam a li��o. Ela se foi, mas sua mensagem viralizou nas redes sociais. Esse foi o seu maior legado.

O corpo de Marilena foi velado ao lado de outras cinco v�timas (quatro estudantes e a inspetora da escola, Eliana Regina de Oliveira Xavier) na Arena Suzano. Ela ser� enterrada hoje, ap�s a chegada do filho, no Cemit�rio S�o Sebasti�o. A m�e e os irm�os foram para a cidade paulista para o �ltimo adeus � professora.


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