Ativistas foram rastreados por PM que matou Marielle

Ativistas e pesquisadores da �rea de direitos humanos dedicados � seguran�a p�blica foram alvos priorit�rios de pesquisas online feitas pelo PM reformado Ronnie Lessa ao longo do ano que antecedeu os assassinatos a tiros de Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 14 de mar�o de 2018. Acusado de ter feito os disparos, Lessa foi preso na semana passada e a Justi�a j� acolheu den�ncia do Minist�rio P�blico.

Policiais respons�veis pela investiga��o do crime analisaram as buscas feitas por Lessa a partir de 1.� de janeiro de 2017. "A an�lise incidente sobre o perfil das pesquisas indica singular obsess�o pelo parlamentar Marcelo Freixo", aponta o relat�rio, lembrando que foram mais de 30 pesquisas sobre o deputado do PSOL. Em abril de 2017, no entanto, Lessa pesquisou tamb�m informa��es sobre o deputado estadual Fl�vio Serafini. Em julho de 2017, o PM reformado ampliou suas pesquisas e buscou dados sobre pesquisadoras da ONG Redes da Mar� e da Anistia Internacional.

"A gente acabou sabendo dessa quest�o em fun��o da pris�o dele na semana passada e por interm�dio da imprensa", afirmou a ativista Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Mar�. "A minha quest�o �: desde quando a pol�cia e o MP sabem disso?"

No mesmo m�s, Lessa realizou pesquisas sobre Pedro Mara, diretor do Ciep 210, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O professor se envolveu em uma pol�mica com o ent�o deputado estadual Fl�vio Bolsonaro (PSL), que pediu seu afastamento da escola por ter uma folha de maconha tatuada no antebra�o. Ao saber que seu nome aparecia nas buscas de Lessa, Mara anunciou que pretender deixar o Pa�s.

No in�cio de mar�o de 2018, o PM reformado tamb�m fez pesquisas sobre a soci�loga Julita Lemgruber e a antrop�loga Alba Zaluar. "A revela��o de que se estava investigando nomes de pessoas que se dedicam � quest�o da garantia de direitos � muito grave e torna ainda mais urgente que a pol�cia chegue aos mandantes dessas mortes", afirmou Julita. Alba tamb�m considerou o fato grave. "Isso � muito ruim, uma interfer�ncia no processo democr�tico", disse ela. Procurada ao longo do dia, a defesa de Ronnie Lessa n�o se manifestou. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.