Menos de dois meses ap�s ser transferido para o pres�dio federal de Porto Velho (RO), o chefe m�ximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi levado na manh� de ontem para outra unidade de seguran�a m�xima, desta vez em Bras�lia. Outros tr�s l�deres da fac��o tamb�m foram alvo da opera��o - um sinal de que o governo pode adotar o rod�zio em pris�es federais para dificultar a reorganiza��o da c�pula do PCC e planos de fuga.
Al�m de Marcola, foram transferidos Cl�udio Barbar� da Silva, o Barbar�; Patric Velinton Salom�o, o Forjado; e Pedro Luiz da Silva, o Chacal. Inaugurada em outubro, a unidade de Bras�lia � a mais nova administrada pela Uni�o e abriga outros presos pertencentes � fac��o paulista. Entre eles, o irm�o de Marcola, Alejandro Juvenal Herbas Camacho J�nior, o Marcolinha, considerado um dos seus principais conselheiros.
Marcolinha havia sido transferido para Bras�lia no dia 13 de fevereiro, com Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, e Ant�nio Jos� Muller J�nior, o Granada. Na ocasi�o, um total de 22 membros do PCC foi retirado do sistema prisional de S�o Paulo para pres�dios federais.
A opera��o de ontem foi coordenada pela Secretaria de Opera��es Integradas, criada pelo ministro da Justi�a, S�rgio Moro. Marcola e os demais foram levados de Porto Velho por aeronaves da For�a A�rea Brasileira. Tamb�m participaram da seguran�a agentes do Departamento de Penitenci�rio Nacional e do Comando de Opera��es T�ticas da Pol�cia Federal.
Em nota, o minist�rio afirmou que a transfer�ncia fazia parte de protocolos de seguran�a de "altern�ncia de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organiza��es criminosas, entre as unidades prisionais federais". Segundo a pasta, a medida seria estrat�gica para o isolamento dos chefes de fac��o e para enfrentar o desmonte dos grupos criminosos.
Moro ligou para o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para informar a transfer�ncia. Para refor�ar a seguran�a, a For�a Nacional passou a fazer prote��o do per�metro das �reas que contornam a penitenci�ria. Mesmo assim, Rocha se queixou. "Quero deixar claro o meu rep�dio a essa atitude impens�vel do ministro Moro. Est�o trazendo para dentro do DF o crime organizado, e o DF n�o foi feito para o crime organizado. Bandidos precisam de isolamento, e n�o � a 6 km do Pal�cio do Planalto que teremos esse isolamento."
A��o de intelig�ncia
Alvo de amea�as do PCC, o senador Major Ol�mpio (PSL-SP) diz que o rod�zio de pris�es federais para l�deres como Marcola serviria para pegar a fac��o "de surpresa" e dificultar a reconstru��o da cadeia de comando. "Com rod�zio maior, a lideran�a n�o cria v�nculo com a unidade nem consegue captar funcion�rios por corrup��o", disse. "Marcola � a maior lideran�a criminosa do Pa�s, tem muito poder e comanda uma estrutura empresarial. A tend�ncia � que ele passe por outras unidades depois."
Outra vantagem seria frustrar planos de fuga. Em fevereiro, o governo decretou Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para refor�ar o per�metro das penitenci�rias em Porto Velho e Mossor� (RN). "Bras�lia, al�m do maior aparato de seguran�a, fica no centro do Brasil: � mais dif�cil operar uma aeronave clandestina para o resgate", afirmou. "Se eles tinham algum plano de fuga, v�o come�ar do zero."
Ex-corregedor do pres�dio de Porto Velho, o juiz federal �lcio Arruda defende que � mais dif�cil ocorrer fuga na capital federal. "Porto Velho est� a poucos quil�metros da Bol�via, sabemos que o Marcola possui diversos parentes l�. Esses contatos demonstram uma facilita��o maior para um projeto de fuga."
Para Arruda, lideran�as de "maior envergadura" devem passar por rod�zio entre as pris�es, mas � preciso evitar que membros de uma mesma fac��o fiquem concentrados em determinada unidade. "Deve haver rotatividade com objetivo de o Estado marcar sua presen�a", disse. "Historicamente, jun��o de lideran�as � um facilitador da converg�ncia de ideias. O ideal � fazer o hibridismo (entre os grupos criminosos)." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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