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Estado de Minas GERAL

Moradora alertou que pr�dio ia cair, diz vizinha sobre desabamento no Rio


postado em 12/04/2019 11:36 / atualizado em 12/04/2019 12:08

(foto: Divulgação Centro de Operações da Prefeitura do Rio)
(foto: Divulga��o Centro de Opera��es da Prefeitura do Rio)

Juliana Carvalho Moura mora na casa em frente aos dois pr�dios que desabaram na zona oeste do Rio. Ela conta que uma moradora do primeiro andar de uma das constru��es chegou a gritar para tentar alertar os vizinhos do desmoronamento iminente.

"Eram umas 6h30, e dava pra ouvir muitos estalos, barulho, e a mulher come�ou a gritar 't� caindo, t� caindo, sai, vai cair'. Achei que era a ribanceira que estava caindo, mas era o pr�dio", diz.

Segundo Juliana, quando ela saiu de casa e chegou na rua os dois pr�dios j� tinham desabado. "Era uma nuvem branca de poeira, enorme, n�o dava pra enxergar nada", diz. Segundo ela, algumas pessoas podem ter conseguido escapar do desabamento saindo dos pr�dios por tr�s, pela mata.

O porteiro Jos� Carlos de Souza, de 49 anos, sua mulher e sua filha de 12 anos escaparam do desabamento dos pr�dios porque resolveram passar a noite em Ipanema, na zina sul, no pr�dio onde ele trabalha.

"A gente resolveu ficar por l� porque aqui estava tudo com muita lama desde a tempestade", explica Souza, que comprou o apartamento por R$ 60 mil para poder sair da Rocinha, onde morava, muito afetada pela viol�ncia. Ele contou que comprou o im�vel ainda na constru��o e se mudou h� tr�s meses.

"Mas eu tive sorte, muita sorte. Melhor que ter ganhado um pr�mio. Porque a minha fam�lia estava comigo. O pr�mio maior � a vida, n�?", afirma. "De perda material foi tudo, praticamente tudo. Sai da Rocinha por causa da viol�ncia, vim pra c� achando que era melhor. A gente v� o pr�dio pronto, bonito, mas n�o sabe como � a estrutura."

Mortes

Pelo menos duas pessoas morreram, um homem e uma crian�a, e outras sete ficaram feridas ap�s o desabamento nesta sexta-feira, 12, de dois edif�cios residenciais na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O Corpo de Bombeiros trabalha incessantemente nos escombros com uma lista de 17 nomes de pessoas que estariam desaparecidas. Eles isolaram a �rea da trag�dia porque outros pr�dios do entorno estariam em risco iminente de desmoronamento. C�es farejadores est�o no local.

A Secretaria Municipal de Sa�de do Rio informou que uma mulher de 35 anos chegou ao Hospital Municipal Louren�o Jorge com um trauma no abd�men e est� em procedimento cir�rgico. No in�cio, os �rg�os de socorro tinham informado que um homem havia sido resgatado pelos vizinhos e que o mesmo foi levado para um hospital pr�ximo.

Mil�cias

A comunidade da Muzema � uma �rea sob o dom�nio de mil�cias, grupos paramilitares formados por PMs, militares, agentes penitenci�rios e civis, que exploram ilegalmente v�rios neg�cios. Um dos mais conhecidos seria o da constru��o irregular.

A prefeitura do Rio de Janeiro, que espera divulgar nas pr�ximas horas um balan�o inicial sobre v�timas e danos materiais, comunicou que cerca de 60 edif�cios da regi�o foram constru�dos de maneira "irregular" em zonas de "alto risco de desmoronamento".

Os apartamentos nos pr�dios irregulares constru�dos e comercializados por milicianos s�o vendidos a pre�os abaixo do mercado. Unidades de dois quartos, com garagem, estavam sendo vendidos por valores que iam de R$ 40 mil a R$ 100 mil. Moradores contam que sabiam que os im�veis eram irregulares, mas que compr�-los era a forma encontrada para conseguir ter um lugar para morar.

O Complexo da Muzema � formado por duas comunidades, a do Cambalacho e a da Muzema. De acordo com o Instituto Pereira Passos (IPP) na favela da Muzema moram pelo menos 4 mil pessoas em 1.528 domic�lios. Os n�meros, no entanto, s�o do Censo de 2010.

Com a expans�o da mil�cia e as constru��es irregulares, a expectativa � de que a popula��o seja atualmente muito maior. A �rea ocupada pela comunidade � de 90 mil metros quadrados, segundo registro de 2018.


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