(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

Pr�dios prec�rios s�o regra na Muzema


postado em 15/04/2019 07:47

Pr�dios erguidos em tempo recorde junto a encostas, im�veis ocupados ainda em obras e prec�ria infraestrutura s�o a regra no condom�nio Figueiras do Itanhang�, na Muzema, zona oeste do Rio, onde na sexta-feira dois edif�cios ru�ram, matando pelo menos nove pessoas.

O baixo custo dos im�veis em compara��o � m�dia no mercado imobili�rio e a falsa seguran�a prometida por milicianos que dominam a regi�o acabam levando pessoas de baixa renda a adquirirem apartamentos no condom�nio, que n�o tem autoriza��o da Prefeitura do Rio.

Os moradores mais antigos dizem que, h� menos de 20 anos, apenas casas com at� dois andares eram permitidas no local. Hoje, elas s�o poucas em meio a dezenas de pr�dios erguidos em poucos meses, a maioria com o mesmo padr�o - entre seis e sete andares, com quatro apartamentos por andar.

Os apartamentos de dois quartos, com cerca de 50 metros quadrados, s�o vendidos em m�dia por R$ 60 mil. As condi��es de compra s�o convidativas: entrada de R$ 15 mil e o restante financiado em parcelas mensais de R$ 1 mil, sem juros. Os im�veis maiores, na cobertura dos edif�cios, chegam a custar R$ 200 mil - e, tamb�m podem ser financiados sem juros.

Os pr�dios s�o constru�dos em quest�o de meses, a maioria sem nenhum tipo de laudo t�cnico. O novo morador recebe o im�vel pronto apenas do lado de fora. "Cada um � respons�vel por fazer a parte el�trica e hidr�ulica dentro de casa", contou � reportagem um comprador, que pediu para n�o ser identificado.

Natural da Baixada Fluminense, mas hoje morando na Para�ba, ele adquiriu um apartamento em um edif�cio que fica a poucos metros de um dos dois que desabaram. Agora, est� com medo que o im�vel seja demolido.

"Paguei R$ 18 mil de entrada, parcelado. Depois, j� tinha pago mais seis parcelas. Quando soube do desabamento, vim pro Rio no mesmo dia", narrou, explicando que conseguiu comprar uma passagem a�rea em promo��o. "Vou voltar de carona com um tio caminhoneiro."

Ele disse que as condi��es de compra do im�vel "eram muito vantajosas, que n�o se encontram no mercado imobili�rio". O acordo foi feito diretamente com uma imobili�ria da regi�o. "Ela faz esse servi�o para todo mundo do condom�nio", disse.

Ele falou com a reportagem em uma rua do Figueiras do Itanhang�. A via � uma das muitas que ru�ram no local devido �s chuvas que ca�ram no in�cio da semana. O tr�fego de ve�culos por l� � praticamente invi�vel.

'Parece que deu certo'

Mesmo se dizendo "conhecedor na constru��o civil", o homem disse que n�o viu problemas quando resolveu comprar o apartamento, em meados de 2018. "Parecia que estava tudo em ordem. Olhei os pr�dios do lado e eram bonitos, pareciam seguros. S� que se fazem as coisas por osmose, n�? Um cara constr�i e parece que deu certo, a� o vizinho vai l� e faz a mesma coisa, e assim prossegue."

Ele disse que tamb�m sabia que a �rea � controlada por mil�cias e que "tem uma taxa 'de condom�nio' de R$ 50 por m�s", mas n�o viu problema nisso. "A gente sabe que tem, mas n�o � aquele miliciano que anda de fuzil pra cima e pra baixo", minimizou. "Aqui os moradores dormem de janela aberta, ent�o, e da� se � mil�cia. Eu quero seguran�a pra minha filha."

A advogada e professora universit�ria Ma�ra Lima Vieira, de 36 anos, mora no condom�nio h� oito meses. Ela diz que est� pagando R$ 200 mil por um apartamento de tr�s quartos - metade foi de entrada e o restante, financiado em parcelas mensais de R$ 2 mil. Na manh� deste domingo, 15, Ma�ra foi ao apartamento retirar algumas roupas. O pr�dio em que ela mora fica na mesma rua dos dois que ru�ram e est� interditado, mas por ora n�o h� previs�o de que seja demolido - tr�s pr�dios do entorno dever�o ser derrubados pela Prefeitura quando terminar o trabalho de resgate.

Ma�ra diz acreditar que o edif�cio onde mora e outros logo abaixo s�o seguros. "Eles t�m colunas, t�m funda��o, foram feitos por engenheiros, t�m laudo. Os de cima que s�o mais prec�rios", pontuou. Ela defendeu o condom�nio e criticou a atua��o do Poder P�blico na regi�o. "Existem constru��es irregulares na cidade inteira, no Estado todo. E alguns pr�dios aqui s�o legais, nem tudo � irregular." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)