O novo ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, voltou a fortalecer os chamados "olavistas" da pasta, seguidores do escritor Olavo de Carvalho. O grupo havia perdido poder durante um per�odo da gest�o de Ricardo V�lez Rodr�guez, em uma tentativa de tirar o vi�s ideol�gico do MEC. Profissionais, no entanto, que haviam sido realocados para cargos menos importantes est�o sendo chamados de volta, especialmente para cuidar da educa��o b�sica.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o ex-professor de Hist�ria do Instituto Federal de Bras�lia e cr�tico de Paulo Freire, Eduardo Sallenavi, deve ser o novo Diretor de Acompanhamento das Pol�ticas da Educa��o B�sica, um cargo estrat�gico. Ele havia sido direcionado para fun��o menos relevante quando V�lez realizou o chamado expurgo dos "olavistas". A disputa entre grupos de perfis diferentes foi uma das raz�es da crise que se instalou no MEC durante meses e que levou � queda de V�lez.
Quem ocupava a diretoria era T�nia Mara de Moraes, que foi demitida ontem. Ela tem perfil t�cnico e fazia parte do grupo que trabalhava anteriormente no Centro Paula Souza, autarquia do governo paulistas que administra as escolas t�cnicas e faculdades de tecnologia. T�nia era diretora da Escola T�cnica (Etec) de Jacare�, no interior de S�o Paulo.
Outros diretores e assessores n�o atrelados a Olavo de Carvalho e que fazem parte do mesmo grupo t�cnico est�o em compasso de espera. Aguardam apenas o momento que ser�o chamados para serem dispensados.
A inten��o, segundo fontes, � a de que a alta gest�o seja ocupada pelos economistas e administradores alinhados ideologicamente com Jair Bolsonaro, enquanto os cargos mais t�cnicos, que precisam tocar as pol�ticas de educa��o, est�o indo para "olavistas".
O secret�rio de Alfabetiza��o, Carlos Nadalim, tamb�m do grupo "olavista", tem sido uma esp�cie de conselheiro do ministro e principalmente do novo secret�rio de Educa��o B�sica, Janio Endo Macedo, que n�o tem experi�ncia na �rea de educa��o. Macedo � formado em Direito e tem especializa��es em Administra��o. Ele atuou por mais de dez anos em bancos e, em 2016, durante a gest�o Michel Temer, foi nomeado secret�rio executivo do ent�o Minist�rio do Trabalho.
Nadalim foi o respons�vel por pedir que o MEC n�o mais avaliasse a alfabetiza��o dos alunos no Pa�s, medida revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O ent�o ministro V�lez disse que n�o foi consultado e voltou atr�s. Ele tamb�m redigiu um decreto sobre alfabetiza��o, que foi criticado por especialistas por dar prefer�ncia para o m�todo f�nico de aprendizagem.
O secret�rio era dono de uma pequena escola em Londrina e fazia v�deos para pais de alunos na internet, antes de ir para o MEC, sempre com a defesa do m�todo f�nico.
Outro seguidor de Olavo de Carvalho que ganhou poder foi Daniel Emer. Ele foi nomeado hoje como assessor especial do ministro.
F�bio de Barros Gomes Filho, diretor de Administra��o do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), �rg�o ligado ao MEC, tamb�m estaria sendo chamado para integrar a �rea da educa��o b�sica. Gomes Filho � ligado a Nadalim.
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