O corpo do catador de materiais recicl�veis Luciano Macedo, de 27 anos, ser� enterrado �s 14 horas desta sexta-feira, 19, no Cemit�rio S�o Francisco Xavier, no Caju, zona norte do Rio. Macedo foi baleado ao tentar ajudar a fam�lia que teve o carro atingido por mais de 80 tiros disparados por militares do Ex�rcito no no dia 7 de abril, em Guadalupe, na zona norte.
Macedo morreu na manh� de quinta-feira, 18, no Hospital Carlos Chagas, onde estava internado. Ele foi atingido por tr�s tiros nas costas, na mesma a��o em que foi morto tamb�m o m�sico Evaldo Rosa do Santos, de 46 anos, que levava a fam�lia para um ch� de beb�. Nove dos dez militares envolvidos na a��o est�o presos.
O catador chegou a tirou o filho de Evaldo de dentro do carro, antes de ser baleado. A mulher de Macedo, Daiana Horrara, de 27 anos, foi testemunha de toda a a��o. Ela est� gr�vida de 5 meses.
"Quando ele viu a mulher correndo e a crian�a no banco de tr�s do carro, ele saiu correndo e tirou a crian�a l� de dentro", disse Antonio Carlos Costa, da ONG Rio da Paz, que est� dando apoio � fam�lia do catador e conversou com Daiana. "Ela me contou que ele era muito ligado em crian�a, por isso correu para salv�-la."
Ainda segundo o relato de Daiana, depois de deixar a crian�a a salvo, Luciano voltou ao carro para tentar socorrer Evaldo. Foi ent�o atingido pelas costas com tr�s tiros. "Foi como se tivessem me quebrado os dois bra�os e as duas pernas", comparou Daiane em depoimento a Ant�nio. "Ele era meu companheiro, meu amigo, fazia todas as minhas vontades, vivia beijando a minha barriga. Seu maior sonho era ver o rosto do filho."
Luciano chegou a ser submetido a uma cirurgia que, segundo o advogado Jo�o Tancredo, que est� atendendo � fam�lia, n�o teria sido autorizada pelos familiares.
Havia ainda uma determina��o judicial para transferir Luciano a um hospital com maiores condi��es de atendimento, que n�o foi cumprida. O advogado afirmou que pretende entrar na Justi�a pedindo a execu��o imediata das multas fixadas pelo n�o cumprimento da determina��o judicial.
Em nota, a Secretaria de Estado de Sa�de afirmou que "o paciente apresentava estado de sa�de grav�ssimo desde a entrada na unidade, o que impossibilitava sua transfer�ncia". A nota sustenta ainda que "a secretaria reitera a confian�a nos profissionais da unidade durante o caso e acredita que o atendimento precoce prestado ao paciente foi fator decisivo na busca para salvar a vida de Luciano, apesar da gravidade da les�o".
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