"Vejo essa decis�o como uma bofetada na cara de quem ainda tinha alguma esperan�a de que se fizesse justi�a", afirma um integrante da comiss�o de atingidos pela trag�dia de Mariana (MG). Ele reage � decis�o da 4� Turma do Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o, que, por unanimidade, trancou a a��o penal para o crime de homic�dio contra numeroso grupo de executivos de Vale, Samarco e BHP Billiton.
Mauro Marcos da Silva, 50 anos, tem uma oficina mec�nica na principal rua de Mariana e mora na cidade mineira, mas juntou dinheiro para comprar uma casa no distrito de Bento Rodrigues, que foi soterrada pela lama da barragem de Fund�o, que se rompeu em 5 de novembro de 2015. A trag�dia deixou 19 mortos. Entre eles, Vando Maur�lio dos Santos, que era amigo de Mauro.
"Eu particularmente perdi um amigo e v�rios conhecidos", conta. No dia da trag�dia, ele estava na oficina, e foi avisado pelo telefone, por um amigo. Correu, em seguida, para Bento Rodrigues. Mauro chegou a ter dificuldades com o reconhecimento de suas perdas materiais.
A reportagem entrou em contato com outros familiares de v�timas, que n�o quiseram comentar a decis�o.
Por unanimidade, os desembargadores da 4� Turma do Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o trancaram a a��o penal, para o crime de homic�dio, aberta em 2016 contra executivos de Vale, Samarco e BHP Billiton em raz�o da trag�dia de Mariana.
Na pr�tica, os acusados n�o v�o mais a j�ri popular - que julga crimes contra a vida -, e fica mantido o processo somente para os crimes ambientais e de inunda��o, que � previsto no C�digo Penal. A a��o foi trancada tamb�m para o crime de les�o corporal.
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