A grande concentra��o de bicicletas e patinetes na ciclovia da Avenida Faria Lima, na zona oeste de S�o Paulo, tem chamado a aten��o de criminosos para a �rea. As regi�es de Itaim Bibi e Pinheiros registraram aumento de 76% no n�mero de furtos e roubos de bicicletas no ano passado em rela��o a 2017. As abordagens costumam envolver de tr�s a nove criminosos.
Segundo dados da Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP), considerando o 14.� e o 15.� Distritos Policiais, que atendem a �rea, foram registrados 401 boletins de ocorr�ncia no ano passado. Em 2017, foram 228 casos relatados � pol�cia.
Para coibir a alta na criminalidade, ontem a Guarda Civil Metropolitana (GCM) come�ou a utilizar 12 patinetes para o patrulhamento nas Avenidas Faria Lima e Paulista, al�m do Elevado Jo�o Goulart (Minhoc�o).
No caso de roubo na ciclovia da Faria Lima, o modo de atua��o dos criminosos � semelhante: em alguns trechos da avenida, ladr�es surgem na frente do ciclista e, em conjunto, puxam a bicicleta, podendo chegar a derrubar o usu�rio.
Na mesma ciclovia, tamb�m h� relatos de pessoas em deslocamento nos patinetes v�timas de ladr�es, que empurram o usu�rio, puxam o patinete e utilizam o ve�culo para outros roubos e furtos. Ainda n�o h� dados oficiais de roubos de patinetes na SSP, mas usu�rios dizem que t�m se tornado frequentes.
O trecho pr�ximo ao Instituto Tomie Ohtake � um dos mais visados. Segundo relatos de ciclistas e trabalhadores da regi�o, isso se deve � ilumina��o deficit�ria e ao grande volume de arbustos, que impedem a visibilidade. As abordagens ocorrem principalmente no fim da tarde, ap�s 17h30.
O Estado de S. Paulo conversou com v�timas de tentativas de roubo que foram atacadas �s 7 horas. Foi o que aconteceu com o advogado Roberto Kanitz, de 36 anos, v�tima de duas tentativas de roubo na ciclovia da Faria Lima no ano passado, ambas no trecho pr�ximo ao Instituto Tomie Ohtake por volta das 7h30. Ele percorre a ciclovia todos os dias da Pra�a Pan-Americana at� a Avenida Rebou�as, onde trabalha.
"Vi quatro meninos, com idades entre 10 e 15 anos, andando na minha dire��o. Eles fecharam meu caminho, tentando me cercar na frente da bicicleta, e pensei: 'N�o deve ser coisa boa'. Ent�o fugi para a rua. Um deles ainda veio correndo atr�s de mim, mas consegui fugir", diz.
Segundo ele, muitas tentativas e roubos ocorrem dessa forma, de acordo com relatos coletados de outras v�timas. Em fevereiro, "cansado de s� reclamar", Kanitz criou um grupo no WhatsApp com representantes da sociedade civil, empresas de compartilhamento de bicicleta e patinetes, e associa��es de moradores com foco na seguran�a da ciclovia da Faria Lima.
Ali, relatos come�aram a pipocar. E uma reuni�o ocorreu na semana passada com o prefeito regional de Pinheiros para a cobran�a de iniciativas de melhoria da seguran�a na via segregada para ciclistas.
Alvos.
O medo � t�o grande que a psic�loga L�cia Toledo, de 50 anos, deixou de usar a bicicleta el�trica na ciclovia da Faria Lima ap�s sofrer tr�s tentativas de roubo no local, todas no fim da tarde. "As tr�s foram bem parecidas. Eles aparecem do nada bem na pista e tentam te derrubar da bicicleta", conta. L�cia foi abordada por duplas e trios nas duas ocasi�es.
Desde setembro de 2015, ela utiliza a bike no lugar do carro. Agora, para percorrer diariamente o trecho entre a Pra�a Pan-Americana e a Vila Ol�mpia, a ciclista usa bicicletas do sistema de compartilhamento.
"Como hoje a bicicleta el�trica virou um bem desejado, fico receosa. � violento, no sentido de cair e se machucar. Tomei uma atitude preventiva de deixar de usar a minha bicicleta para o dano ser menor", afirma. '� uma pena. Vendi meu carro para poder circular de bike, convivo com a cidade de outro jeito e tem essa coisa chata", diz.
Gerente de uma loja e oficina de bicicletas na Avenida Faria Lima, Tom�s Gumiel conta que no ver�o, com o bairro cheio de frequentadores nos bares de Pinheiros, os casos se multiplicaram e chamaram a aten��o. "Mulher e senhor acabam sendo as v�timas mais buscadas. Esses grupos de ladr�es procuram primeiro as bicicletas el�tricas. � o foco deles. Depois roubam as bicicletas tradicionais e tiram os usu�rios de cima dos patinetes", conta.
A Alian�a Bike, associa��o do setor, defende que seja intensificada a ronda por policiais ciclistas, "assim como a investiga��o relativa � intercepta��o para desmantelar grupos e pessoas que recebem e revendem bicicletas origin�rias de crimes".
A Alian�a orienta que os ciclistas anotem o n�mero de s�rie de suas bicicletas, "que � hoje a maneira mais eficaz de recupera��o de uma bicicleta roubada por meio do cadastro p�blico no site da Secretaria da Seguran�a". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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Roubos de bike em pinheiros e no Itaim sobem 76%
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