Ao contr�rio das centenas de estudantes que foram impedidos de entrar nesta segunda-feira, 6, no Col�gio Militar para protestar contra o corte de verbas na educa��o p�blica, a ex-aluna e hoje estudante de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maria Eduarda S� Ferreira, de 24 anos, "lavou a alma", segundo a pr�pria, ao conseguir abordar o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, durante a festa para cobrar uma revis�o das medidas.
Apesar de receber apenas um leve sorriso de espanto, "ele n�o esperava", diverte-se a estudante, ao se dirigir a ele e falar apenas "vergonha ser inimigo da educa��o p�blica" (fato que foi confirmado depois pela assessoria do presidente), S� Ferreira se deu por satisfeita e espera que o governo reveja os cortes anunciados na semana passada pelo Minist�rio da Educa��o (MEC).
O governo anunciou corte m�dio de 30% dos repasses das institui��es de ensinos federais, inclusive do Col�gio Pedro II, cujos alunos eram a grande maioria do protesto desta segunda-feira em frente ao Col�gio Militar, enquanto l� dentro Bolsonaro comemorava os 130 anos da institui��o.
S� Ferreira, que se formou no Col�gio Militar em 2013, afirma que o maior sonho de quem se forma na institui��o centen�ria � chegar �s universidades federais, o que poder� ficar comprometido, se Bolsonaro levar adiante o an�ncio feito pelo MEC. "Eu sou contra esses cortes porque sei que a maioria dos sonhos dos estudantes daqui, que n�o v�o seguir na carreira militar, justamente � estudar nas universidades de ponta do Pa�s, e as universidades de ponta do Pa�s s�o as universidades p�blicas", alertou.
Para ela, estudar no Col�gio Militar foi fundamental para chegar � UFRJ, e denuncia que o custo do Ex�rcito para manter os col�gios voltados para a categoria s�o muito mais elevados do que os col�gios civis, por isso s�o melhores. "Foi o que me fez chegar na UFRJ, aqui eu tive um bom ensino e estou me formando em Direito", ressaltou. "Sou totalmente contra esse corte e por isso vim aqui para passar essa mensagem, para ele (Bolsonaro)."
E concluiu: "Espero que ele reveja essa posi��o, eu espero que repense, atacar as universidades p�blicas federais � atacar a produ��o de conhecimento, a inicia��o cient�fica, isso � muito custoso para um Pa�s que quer se desenvolver."
Segundo a assessoria de Bolsonaro, "ele foi educado e n�o comentou sobre a cobran�a da ex-aluna".