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Estado de Minas GERAL

Amigas criam grupo para m�es no p�s-parto e iniciativa vira rede de apoio


postado em 11/05/2019 13:09

A concretiza��o da maternagem pode ser um momento muito solit�rio na vida de uma mulher. O beb� nasce e, por mais que a pessoa j� tenha filhos, sempre � uma experi�ncia diferente, inusitada, repleta de inseguran�as.

A perda moment�nea da individualidade, na medida em que se v� imersa em obriga��es como o cuidar, o amamentar, o ninar e o vigiar, pode tornar o processo ainda mais solit�rio.

Para al�m disso, a m�e precisa lidar com uma cobran�a social intensa. N�o � raro ouvir frases como "toda mulher nasceu para ser m�e", n�o deixando espa�o para d�vidas ou incertezas.

Pensando e vivendo tudo isso, seis amigas decidiram se reunir virtualmente para n�o passarem o puerp�rio - per�odo ap�s a chegada do beb� - sozinhas. Ent�o, criaram um grupo no Whatsapp. Uma amiga foi convidando outra amiga, que chamou outra e outra. Um ano depois, 80 mulheres faziam parte daquele que foi batizado como Maternarede.

Quando a pequena Helena tinha quatro meses, sua m�e, a jornalista e doula Tatiana F�varo, mal conseguia sair de casa. "Procurei ajuda profissional para entender o que era aquele turbilh�o", conta. Tr�s anos depois, ela engravidou de Francisco. "Prometi pra mim mesma que n�o passaria pelo p�s-parto sozinha outra vez. E convidei amigas que estavam gr�vidas mais ou menos do mesmo tempo que eu para formarmos um grupo", conta. Jaqueline Correia Gaspar, m�e de Ana, de 15 anos, Pedro, de 11, e Nina, de um, foi uma das primeiras a entrar no grupo.

E a solid�o do puerp�rio � acentuada na madrugada, quando os sons da vida cessam e resta apenas o choro do beb�. "O grupo me fortaleceu nas madrugadas, quando eu me sentia mais sozinha. Me ajudou a n�o enlouquecer", afirma Joema Maia Kagohara, m�e de Ben Yoshi.

O grupo Maternarede conecta tamb�m mam�es de outras partes do mundo. � o caso de Iar� Simis, m�e de Am�lie, de quase um ano, que vive na Alemanha. "Estou longe de casa, da fam�lia e amigos. Estar conectada a outras m�es tem sido fundamental", diz.

A depress�o p�s-parto � um tema recorrente. Para ter o diagn�stico, a mulher precisa estar com sintomas da doen�a por, pelo menos, mais de um m�s, de acordo com o DSM, manual internacional de Psiquiatria. No entanto, um outro processo de melancolia que ocorre com a m�e logo ap�s o nascimento do beb�, chamado baby blues, ainda n�o � muito conhecido da popula��o. E uma informa��o preocupante: acontece com frequ�ncia. Trata-se de um sentimento de ang�stia persistente.

Alguns especialistas chegam a falar em �ndices de 80% no caso do baby blues. "Ter uma rede de apoio � absolutamente necess�rio", afirma a psic�loga Maria Fernanda Nogueira, que atende pu�rperas na Casa Humanna, em Jundia�, interior paulista. Especializada em perinatalidade e parentalidade pelo Instituto Gerar, Maria Fernanda afirma que a troca de experi�ncias nos grupos pode ajudar as m�es. "Agrupar mulheres no puerp�rio ajuda com a solid�o de ficar em casa o dia todo com um beb�, mostra que elas n�o s�o as �nicas a se sentirem perdidas", analisa.

Regras de conviv�ncia no grupo

Para manter uma conviv�ncia saud�vel, foram estabelecidas algumas regras no grupo. N�o postar assuntos que n�o sejam de interesse materno, nada de dezenas de "bom dia" e o mais desafiador: exercitar o n�o julgamento.

"Cada um tem um jeito de maternar. Claro que nos unimos por afinidade, pelo olhar humano para o parto e a maternidade, mas respeitar os limites e as hist�rias de cada um � um exerc�cio de empatia", diz Tatiana Favaro.

Com um volume di�rio que chega a centenas de mensagens, as m�es tiveram que se organizar e pensar em ganhar outras plataformas virtuais. O Maternarede tamb�m est� migrando para redes como o Instagram (@maternarede_). Ser�o publicados os conte�dos de apoio trocados no grupo e textos das m�es e parceiros da rede.

Saindo do mundo virtual, as m�es j� fizeram encontros presenciais e oficinas tem�ticas. "Eu sinto que o grupo cuida das m�es enquanto as m�es cuidam dos beb�s. Quando o beb� nasce, todos querem cuidar do beb� e as m�es s�o esquecidas. Essa � a principal fun��o e miss�o do grupo", afirma Deh Bastos, m�e de Jos�, de um ano. "Quando Jos� ficou internado, havia m�dicos, fam�lia, amigos pensando nele. O grupo cuidou de mim", desabafa.

M�es interessadas em entrar para o grupo de WhatsApp podem enviar uma mensagem direta para as moderadoras atrav�s do Instagram, nos perfis @maternarede_ ou @tatifavaro.


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