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Estado de Minas GERAL

Pesquisa da USP detecta circula��o de v�rus do mayaro no interior paulista


postado em 30/05/2019 10:37

O v�rus do mayaro, doen�a com sintomas semelhantes aos da chikungunya e tamb�m transmitida por mosquitos, j� circula no interior do Estado de S�o Paulo. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP) de Ribeir�o Preto detectaram anticorpos do v�rus ao analisarem 5,6 mil amostras de doadores do banco de sangue de S�o Carlos.

Em 36 amostras, foram encontrados dois tipos de anticorpos para a doen�a. O v�rus � transmitido por um mosquito silvestre e, como a maioria dos doadores n�o notificou viagens para regi�es end�micas, a conclus�o � de que h� circula��o local do mayaro.

S�o Paulo � o segundo Estado com poss�vel circula��o do mayaro. Recentemente, foi constatada a presen�a no Rio de Janeiro. O ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, informou que o Minist�rio vai expedir nota t�cnica ao sistema de sa�de orientando sobre o v�rus. "A gente deve mandar uma nota t�cnica, mas o comportamento de virose � muito similar aos outros, embora com as suas peculiaridades."

O ministro n�o v� motivo para alarme. "� um v�rus muito similar aos da chikungunya, da dengue, da zika, transmitidos pelo Aedes. N�o muda nada. A estrat�gia � combater o vetor, continuar o controle do Aedes, que pode se tornar um transmissor tamb�m desse v�rus, assim como transmite os outros."

Conforme o professor Luiz Tadeu de Morais Figueiredo, diretor do departamento de virologia da USP em Ribeir�o Preto e coordenador da pesquisa, � poss�vel que parte dos casos de dengue e chikungunya registrados na regi�o sudeste do Pa�s sejam, de fato, casos de mayaro. "Como achamos l� (S�o Carlos), a gente sup�e que os casos estejam acontecendo em muitos outros lugares, por isso � preciso investigar. Embora tenha sintomas parecidos com outras doen�as, o mayaro � outro v�rus. A sa�de p�blica e os m�dicos precisam pensar nele quando se deparam com um paciente com sintomas."

A circula��o do v�rus j� havia sido detectada no Rio de Janeiro por pesquisadores da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). Figueiredo acredita que a doen�a passou desapercebida em S�o Paulo e defende a ado��o de m�todos para seu diagn�stico pelos laborat�rios. "O que os olhos n�o veem o cora��o n�o sente, ent�o o paciente, sem informa��o, n�o sabe que doen�a pegou. � preciso divulgar e fazer o diagn�stico. Ainda n�o existe kit comercial para isso, mas j� tem algo em desenvolvimento."

Segundo ele, tr�s laborat�rios p�blicos brasileiros est�o preparados para isso: Adolfo Lutz, em S�o Paulo; Fiocruz, no Rio de Janeiro, e Evandro Chagas, no em Bel�m. Ele defende que a tecnologia seja repassada a outros laborat�rios para enfrentamento mais r�pido da nova doen�a. O mayaro � transmitido principalmente pelo mosquito Haemagogus janthinomys, end�mico da regi�o amaz�nica.

Figueiredo acha que pode estar acontecendo com esse v�rus o que j� aconteceu com o da febre amarela, tamb�m transmitida por mosquitos silvestres. Desde 2015, a febre amarela silvestre vem ocorrendo no sudeste do Brasil. "Em termos gerais, podemos dizer que onde h� condi��es para ter febre amarela silvestre, h� condi��es de ter mayaro", disse. Em S�o Paulo, houve 504 casos aut�ctones e 176 mortes por febre amarela em 2018. Este ano, at� abril, eram 65 casos e 12 �bitos.

Conforme o pesquisador, especialista em virologia, o mayaro � uma zoonose transmitida para o macaco, como a febre amarela, mas pode tamb�m ser transmitida para o homem, ao ser picado pelo mosquito infectado pelo v�rus. "N�o � uma doen�a urbana, mas tem o risco de se tornar, pois o Aedes aegypti pode transmitir. Esses v�rus s�o muito adapt�veis, ent�o � preciso preparar os mecanismos de preven��o." O v�rus foi descoberto em 1955 e sua presen�a no Brasil estava restrita � Amaz�nia.

O secret�rio de Sa�de do Estado de S�o Paulo, Jos� Henrique Germann Ferreira, disse que ainda � precoce ter uma preocupa��o maior com essa doen�a. "� mais uma virose e vamos ficar atentos. No momento, temos uma preocupa��o maior com as doen�as que j� est�o a�, como a dengue e a chikungunya, mas estamos com um combate firme ao mosquito."

Contatada, a administra��o do Banco de Sangue de Rio Claro informou que ainda estuda o que ser� feito em rela��o �s pessoas cujas amostras tiveram anticorpos do novo v�rus detectadas.

Conforme o pesquisador da USP, a febre do mayaro tem sintomas muito parecidos com os da chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti: febre alta, dores musculares, de cabe�a e nas articula��es.

Os sintomas desaparecem com o tempo, mas pode haver complica��es graves, como hemorragia e problemas neurol�gicos. O ciclo � parecido com o da febre amarela: o mosquito com o v�rus mayaro infecta o ser humano ou um macaco. Esses hospedeiros podem ser picados por outro inseto que recebe o v�rus e o passa para a frente. Para todas essas doen�as, a melhor forma de preven��o � evitar o contato com o mosquito. No caso do mayaro, � importante evitar �reas de mata.

Saiba as diferen�as entre as doen�as

Dengue: a dengue � transmitida pelo Aedes aegypti e tem como sintomas principais febre alta (acima de 38 graus), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabe�a e manchas vermelhas no corpo. Os sintomas duram de 2 a 7 dias e podem gerar complica��es, como dor abdominal, v�mito e sangramento mas mucosas. N�o h� vacina na rede p�blica.

Zika: o v�rus da zika � transmitido pelo Aedes aegypti, mas tamb�m pode ser passado por sexo sem prote��o e pela m�e, para o feto, na gravidez. Os sintomas s�o febre baixa, dor de cabe�a, dores no corpo e nas juntas, manchas vermelhas no corpo e olho vermelho. Os efeitos duram de 3 a 7 dias e h� risco de complica��es, como encefalite, s�ndrome de Guillain-Barr�, doen�as neurol�gicas e microcefalia. N�o h� vacina.

Chikungunya: a chikungunya, transmitida pelo Aedes aegypti, tem como sintomas febre alta (acima de 38 graus), pele e olhos avermelhados, coceira, dor de cabe�a e dores no corpo. O diferencial em rela��o � zika e a dengue s�o as dores nas articula��es, principalmente joelhos e pulsos. Os sintomas durante at� 15 dias e pode gerar complica��es, como encefalite, s�ndrome de Guillain-Barr� e complica��es neurol�gicas.

Mayaro: o v�rus do mayaro � transmitido pela picada do Haemagogus janthinomys, que prolifera na copa das �rvores, em �reas de mata. Os sintomas s�o febre alta (acima de 38 graus), dor de cabe�a, dor muscular, manchas no corpo e, como na chikungunya, dor e incha�o nas articula��es. A dura��o chega tamb�m a 15 dias. Pode resultar em complica��es, como encefalite e artrite cr�nica. N�o h� vacina.


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