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Estado de Minas GERAL

Dez anos ap�s acidente do voo 447 da Air France, fam�lias ainda cobram respostas

Conclus�es da investiga��o francesa n�o trouxeram al�vio para parte dos parentes de v�timas e poss�veis respons�veis pela trag�dia a�rea seguem impunes


postado em 31/05/2019 07:48 / atualizado em 31/05/2019 08:40

(foto: Reprodução/Airlines.net)
(foto: Reprodu��o/Airlines.net)

A trag�dia do voo 447 da Air France completa 10 anos nesta quinta-feira, 31, e, passada uma d�cada, parentes brasileiros de parte das 228 v�timas ainda esperam o indiciamento de respons�veis pelo acidente. Trata-se do �nico acidente na rota entre Rio e Paris, operada pela avia��o comercial h� oito d�cadas. Da apreens�o do desaparecimento da aeronave lotada - eram 216 passageiros de 32 nacionalidades, sendo 59 brasileiros - at� o esclarecimento do que de fato aconteceu, feito ap�s investiga��o francesa, passaram-se mais de tr�s anos.

Mas conclus�es do Escrit�rio de Investiga��o e An�lise para Avia��o Civil da Fran�a (BEA, na sigla em franc�s) n�o trouxeram al�vio, para ao menos parte dos parentes. Para alguns deles, reunidos na Associa��o Brasileira dos Familiares de V�timas do Voo AF447, poss�veis respons�veis pela trag�dia a�rea seguem impunes.

Presidente da associa��o, o aposentado Nelson Faria Marinho, de 76 anos, perdeu na trag�dia o filho, tamb�m Nelson, ent�o com 40 anos, que estava de mudan�a para a Europa. Desde ent�o, j� viajou a Paris para acompanhar as investiga��es do caso ao menos 15 vezes.

"A den�ncia criminal ficou a cargo da Justi�a francesa", explica o aposentado, ao se referir a um inqu�rito que culpou o comandante Marc Dubois e os pilotos David Robert e Pierre Cedric Bonin pelo acidente.

A investiga��o das autoridades a�reas francesas indicou que um problema tido como simples, o ac�mulo de gelo em um instrumento que mede a velocidade do avi�o, resultou em uma s�rie de indica��es incorretas sobre o status do voo a Robert e Bodin, que efetuaram comandos com base nessas informa��es. Eles terminaram por fazer a aeronave perder sustenta��o aerodin�mica. Dubois entrou na cabine depois que os problemas j� haviam come�ado e pouco p�de fazer para reverter a queda fatal.

Culpados

Marinho vem argumentando, desde que passou a estudar o tema, que os pilotos n�o poderiam ser culpados pela trag�dia, e que 19 empresas envolvidas na constru��o do Airbus tinham de ser melhor investigadas. "Esse modelo de avi�o caiu em seu voo inaugural mas, por sorte, o piloto n�o morreu", diz. "Se voc� pegar esse caso recente, da Boeing (o 737-Max, que caiu em mar�o, na Eti�pia), eles impediram o avi�o de voar assim que perceberam falha."

Com laudos e estudos de engenheiros europeus dando detalhes sobre o avi�o envolvido na trag�dia, a associa��o ainda pressiona, especialmente com v�deos nas redes sociais, as autoridades brasileiras. Marinho argumenta que, em que pese haver uma a��o penal francesa, o Brasil deveria concluir um inqu�rito aberto sobre o tema.

Um inqu�rito civil foi aberto pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) em Recife, capital mais pr�xima do ponto de partida para as buscas do avi�o (o ponto do acidente fica em �guas internacionais) e, em 2012, transferido para Bras�lia. Marinho afirma que, depois disso, a a��o foi levada ao Rio, onde est� a maioria dos familiares brasileiros. Ent�o, parou. "� quest�o de justi�a (haver den�ncia)", afirma.

Marinho fez acordo de indeniza��o com a seguradora da Air France, e foi seguido pela maioria das v�timas brasileiras. "Mas houve pessoas que n�o fizeram acordo e as a��es ainda est�o tramitando, sem o pagamento das indeniza��es."

Respostas

A reportagem questionou o MPF no Rio sobre o assunto, mas n�o obteve resposta at� a publica��o desta mat�ria.

A Air France, empresa respons�vel pelo voo, informou, por nota, que "presta sua homenagem em mem�ria" dos mortos e que "os pensamentos de todos da empresa est�o com as fam�lias e amigos das v�timas". "A Air France vem trabalhando incansavelmente para melhorar a seguran�a de seus voos". Mas disse que "reserva seus coment�rios e explica��es" sobre o caso para a investiga��o em curso.

J� a Airbus, construtora do avi�o, afirma que "manifesta sua solidariedade" aos parentes das v�timas, a quem "dirige seus pensamentos e ora��es".

Riscos

Uma situa��o similar �quela pela qual os tripulantes do voo 447 passaram ainda pode acontecer, segundo o presidente do Sindicato do Nacional dos Aeronautas, Ondino Dutra. "Em tese, pode sim", diz, ao se referir � tomada de decis�es baseadas em informa��es incorretas passadas pelos instrumentos de voo. Ele destaca, por�m, que um treinamento adequado pode evitar novas trag�dias.

Dutra, piloto e comandante de avi�es, por outro lado, afirma que as jornadas de trabalho �s quais est�o submetidos os pilotos brasileiros tamb�m podem provocar o cansa�o excessivo. E isso, por sua vez, � um fato que pode levar a respostas incorretas a situa��es at�picas. "A jornada de trabalho atual � de at� 11 horas."

Dutra destaca, por�m, que a legisla��o sobre o setor sofreu altera��o em 2018 e, neste ano, os limites de jornada e descanso devem melhorar.


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