Os pais da menina Emanuelly Agatha da Silva, morta aos cinco anos, em 2018, por maus-tratos, foram condenados a penas somadas de quase 60 anos de pris�o, na noite desta segunda-feira , 4, em Itapetininga, no interior de S�o Paulo.
Os jurados entenderam que o casal D�bora Rolim da Silva, de 24 anos, e Phelippe Douglas Alves, de 25, com o pretexto de educar a filha, submeteram a crian�a a sess�es de tortura que culminaram com sua morte.
Ele recebeu pena de 34 anos, 7 meses e 10 dias de pris�o em regime fechado, al�m de outros 10 meses em semiaberto. A mulher foi condenada a 23 anos, 11 meses e 4 dias em regime fechado, mais 6 meses no semiaberto. A defesa do casal informou que vai entrar com recurso.
Os jurados acataram a tese de homic�dio doloso quadruplamente qualificado, por motivo f�til, meio cruel, por ser a v�tima descendente dos acusados e, ainda, por ser mulher. O julgamento foi iniciado de manh� e a senten�a foi lida pelo juiz Alfredo Gehring por volta das 22 horas.
Os jurados, quatro mulheres e tr�s homens, aceitaram o argumento da promotoria criminal, de que a crian�a era sistematicamente agredida pelo casal, especialmente pelo pai. A m�e, al�m de instigar as agress�es, mantinha-se omissa em rela��o a elas, segundo a acusa��o.
A tese foi refor�ada pelos depoimentos das testemunhas, entre elas uma bab� que afirmou ter sido demitida ap�s ter acionado o Conselho Tutelar ao encontrar a menina com o olho roxo.
Durante a audi�ncia, Phelippe se manteve calado, mas D�bora afirmou que era inocente. O advogado Pedro Vasconcelos, que defendeu o casal, lembrou que a m�e sofreu depress�o p�s-parto e chegou a perder a guarda da filha, que foi ficou sob os cuidados do Conselho Tutelar. Quando voltou a conviver com a fam�lia, ela teve dificuldade para se adaptar ao lar e era agredida por seus dois irm�os, tamb�m filhos do casal.
Conforme o defensor, o pai sempre agiu com o intuito de educar a filha, embora tenha admitido que se excedeu nos castigos, mas sem a inten��o de matar. O advogado afirmou que a pena imposta ao casal � excessiva e vai recorrer ao Tribunal de Justi�a de S�o Paulo.
Queda
A morte de Emanuelly aconteceu em 3 de mar�o de 2018, ap�s ser internada no Hospital Regional de Sorocaba. A crian�a foi socorrida desmaiada e os pais alegaram que ela havia sofrido uma queda da cama. Os m�dicos constataram que as les�es eram resultantes de agress�es. O laudo necrosc�pico apontou como causas da morte traumatismo craniano e hemorragia cerebral.
A investiga��o apurou que a menina vinha sofrendo agress�es sistem�ticas havia ao menos um m�s. Denunciado por homic�dio, tortura, c�rcere privado e fraude processual, por ter alterado a cena dos fatos, o casal est� preso desde mar�o do ano passado, em penitenci�rias de Trememb�.
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