A nota enviada anteriormente continha uma incorre��o: A reportagem classificava incorretamente as doses de tratamento emergencial como "vacinas". A informa��o foi corrigida.
O Minist�rio da Sa�de teve de encomendar emergencialmente 1,2 mil doses de tratamento contra difteria de um laborat�rio internacional, por causa de problemas na produ��o do insumo pelo Instituto Butant�, �nico fabricante nacional. A baixa nos estoques do soro vem no momento em que a Venezuela vive um surto da doen�a e o Brasil registra, nos �ltimos tr�s anos, sucessivas quedas nos �ndices de cobertura vacinal.
Desde o fim da d�cada de 1990, a doen�a bacteriana que afeta principalmente am�gdalas, faringe, laringe e nariz, podendo causar dificuldade de respirar, n�o exigiu alerta. Nos �ltimos cinco anos, por exemplo, foram apenas 32 casos no Pa�s.
A amea�a voltou em 2016, quando a crise na Venezuela se intensificou e fez doen�as controladas reaparecerem. Depois disso, o pa�s vizinho j� registrou 1.688 casos e 284 mortes pela doen�a. Ao mesmo tempo, no Brasil, o �ndice de cobertura da vacina DTP, que protege contra difteria, t�tano e coqueluche, caiu de 95% para 80%.
S� com 12 frascos no estoque, o Minist�rio da Sa�de iniciou o processo de compra das 1,2 mil ampolas por meio de uma parceria com a Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas), que intermediou a compra com o fabricante internacional. Mas as ampolas s� devem chegar ao Pa�s no segundo semestre.
Para Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm), embora o n�mero de casos de difteria ainda n�o tenha aumentado no Pa�s, a situa��o � preocupante. "A volta do sarampo, com 10 mil casos no ano passado na Regi�o Norte, nos mostrou o que pode acontecer quando a cobertura vacinal cai", diz.
O minist�rio afirma que refor�ou a import�ncia da vacina��o de rotina com os Estados e ofertou todas as vacinas do calend�rio nacional aos venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima. Questionado sobre os problemas no processo de produ��o, o Instituto Butant� afirmou que continua a fornecer o insumo para os casos solicitados, conforme acordo feito com o Minist�rio da Sa�de, que prev� que, embora a entidade n�o esteja em condi��es de produzir toda a demanda da pasta federal, ela pode entregar frascos diretamente aos Estados sob demanda. O Butant� destacou ainda que "vem realizando esfor�os no sentido de ampliar a sua produ��o para atender a toda a demanda do Minist�rio da Sa�de e, eventualmente, at� fornecer para outros pa�ses".
Refor�o
O esquema vacinal contra a difteria deve ser feito com tr�s doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e dois refor�os (1 ano e 3 meses e 4 anos). O que muitos n�o sabem, por�m, � que o imunizante exige refor�os a cada dez anos at� o fim da vida. Eles s�o feitos com a vacina dupla adulto. "Poucas pessoas v�o buscar esses refor�os. A maioria s� descobre a vacina quando � exposto a algum risco e tem de tomar a de t�tano, que � dada na mesma vacina", diz Cunha. Ele explica que os adultos vacinados, que n�o tomaram o refor�o, ainda est�o parcialmente protegidos, mas n�o de forma ideal.
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