Ao contr�rio do que disse o acusado de arrastar uma vendedora de bal�es por 100 metros, ao alegar que tudo n�o passou de uma “brincadeira”, a Pol�cia Civil afirma que o motorista da Mercedes-Benz e a passageira do ve�culo tiveram a inten��o de subtrair os bal�es. Os investigadores buscam provas para saber se o casal agiu com prop�sito de viol�ncia e se tinha consci�ncia do ato.
“� t�nue a linha entre furto e roubo com a les�o que ocorreu posteriormente, durante o arrastamento da v�tima no asfalto”, comentou o delegado Josu� Ribeiro, chefe da 12ª Delegacia de Pol�cia (Taguatinga).
Willian Weslei Lelis Vieira, 34 anos, e a passageira do ve�culo, de 28 anos — a pol�cia n�o informou o nome dela —, se apresentaram na 12ªDP, na companhia do advogado, na manh� de ter�a-feira (18/6). Dono de uma empresa de factoring, Willian alegou n�o ter notado que a vendedora de bal�es, Marina Izidoro de Morais, 63 anos, estava presa ao carro.
O crime aconteceu �s 19h45 de s�bado (15/6), na porta de uma escola particular em Taguatinga Sul, onde acontecia uma festa junina. Marina, que � diarista, vendia bal�es por R$ 15 cada. � pol�cia, ela contou que o casal se aproximou e pediu desconto. Ela, ent�o, ofereceu o pre�o de R$ 10, mas os acusados teriam dito ter s� R$ 25. Nesse momento, a passageira puxou a mercadoria da m�o de Marina, fechou o vidro e Willian acelerou o carro. Presa �s cordas das bexigas, ela foi arrastada pelo asfalto.
Na 12ª DP, o caso foi registrado como les�o corporal. Policiais ouviram v�timas e acusados e, agora, colhem depoimentos de testemunhas para tentar desvendar a a��o do casal a bordo da Mercedes. O delegado-chefe da unidade procura uma mulher que disse ter presenciado toda a a��o. Ela publicou um texto em uma rede social. “Por enquanto, n�o vejo necessidade ou justificativa de pedir a pris�o do casal, at� porque eles demonstraram pr�-disposi��o para cooperar com o trabalho da pol�cia”, explicou Josu�.
Crimes
Al�m da les�o corporal de tr�nsito, a pol�cia cogita a possibilidade de outros dois crimes: tentativa de homic�dio e les�o corporal com a inten��o de praticar um crime. “No depoimento, o motorista e a passageira n�o reportaram epis�dio de xingamento ou discuss�o, a n�o ser a barganha pelo pre�o”, esclareceu o delegado.
Segundo Josu�, o motorista disse ter escutado outros carros buzinarem, mas Willian pensou que fosse por ele levar os bal�es sem pagar. “Ele tamb�m relatou ter pensado que as buzinas fossem por causa do sem�foro ter aberto e ele demorado a sair com o carro”, contou o delegado.
Avaliado em R$ 220 mil, a Mercedes do acusado est� apreendida, � espera de per�cia. O delegado quer a prova de que Marina foi arrastada. “N�o h� d�vida quanto a isso, mas precisamos da marca de sangue ou de pele deixada no ve�culo para materializar”, ressaltou. O delegado tem 30 dias para concluir o inqu�rito e relatar o caso ao Minist�rio P�blico.