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Estado de Minas GERAL

Mais barato e com seguran�a menor, t�xi a�reo clandestino cresce em SP


postado em 23/06/2019 08:14

S�o Paulo tem uma das maiores frotas de helic�pteros do mundo, mas um n�mero cada vez maior dessas aeronaves voa de forma irregular. Autoridades e representantes da aeron�utica est�o preocupados com o aumento dos "Tacas" - como s�o chamadas as aeronaves registradas como privadas, mas que fazem t�xi a�reo clandestino. Representantes do setor relacionam essa atividade a uma escalada nos acidentes desde 2015.

O aumento dos voos clandestinos se d� por meio de concorr�ncia predat�ria com o t�xi a�reo regular, a ponto de empres�rios que atuam de acordo com a lei deixarem de fazer servi�os como voos panor�micos, festas e viagens para litoral e interior diante da competi��o desleal.

"A maior parte desses servi�os (de transporte) hoje � 'Taca'", diz Rafael Dylis, controlador de voo da Helimarte, empresa instalada no Campo de Marte, zona norte paulistana. "Uma viagem em que cobramos R$ 5,9 mil � oferecida por R$ 3 mil pelo 'Taca'." Diante disso, a empresa migrou para outros nichos, fechando contratos com outras empresas no lugar do transporte avulso de passageiros.

"De 60% a 70% dos voos hoje s�o clandestinos", diz o diretor da Associa��o Brasileira de T�xis A�reos e de Manuten��o de Produtos Aeron�uticos (Abtaer), Domingos Afonso. "H� dez anos, havia cerca de 300 empresas de t�xi a�reo no Brasil. Hoje, h� 117."

Ele destaca que, em S�o Paulo, o problema � ainda pior por causa dos brokers, os vendedores de passagens clandestinas. "S�o pessoas que sempre sabem onde est�o pilotos e helic�ptero e conseguem contato com algu�m que pode oferecer cota��o mais barata do que o de uma empresa (regular)."

H� ainda a oferta de servi�os em sites das empresas irregulares que confundem o passageiro - especialmente quem n�o � usu�rio frequente. O jornal O Estado de S. Paulo checou o prefixo de aeronaves nas fotos de an�ncios de quatro empresas - em tr�s, as aeronaves eram clandestinas.

Em redes sociais, youtubers pilotos tamb�m divulgam servi�os como transporte de noivas para casamentos em helic�pteros que, ap�s checagem, se mostram piratas. Em dezembro de 2016, a auxiliar de enfermagem Rosemere do Nascimento, de 32 anos, morreu em uma queda de helic�ptero na Grande S�o Paulo quando ia para seu casamento em um "Taca".

Seguran�a

O servi�o clandestino difere do t�xi a�reo regular n�o s� pela falta de licenciamento adequado. A carga de exig�ncias de seguran�a para um helic�ptero privado � menor.

Pilotos de transporte de passageiros passam por tr�s avalia��es anuais e devem ter ao menos 500 horas de experi�ncia. Helic�pteros privados t�m uma inspe��o ao ano, e os comandantes precisam de 40 horas de voo. A cobertura do seguro � mais abrangente para o t�xi regular. E a manuten��o deve ser em oficinas credenciadas. Com isso, a Abtaer estima manuten��o at� 50% mais cara.

As empresas do setor investem em treino extra, como aula em simuladores para pilotos. "H� uma s�rie de simula��es, como de voo com neblina ou situa��es de pane, que s� quem passa por simulador enfrenta", exemplifica Eduardo Vaz, CEO da mineira L�der Avia��o, maior empresa do Pa�s.

Em 2015, houve um acidente de helic�ptero em S�o Paulo reportado ao Centro de Investiga��o e Preven��o de Acidentes Aeron�uticos (Cenipa), da Aeron�utica, que apura as raz�es das falhas. No ano seguinte, quatro. Em 2017 e 2018, sete casos cada e um at� agora em 2019.

Na �ltima d�cada, foram 50 ocorr�ncias, com seis mortes. Do total, 22 eram de aeronaves registradas como privadas. Os relat�rios de oito deles j� foram publicados pelo Cenipa. Em tr�s, h� ind�cios de que os voos privados tinham passageiros a bordo.

Um caso em apura��o atualmente � o voo que matou o jornalista Ricardo Boechat, em fevereiro, em um helic�ptero que tamb�m n�o podia fazer t�xi a�reo.

Mais exemplos

Em 2018, 49 aeronaves (incluindo avi�es) foram apreendidas no Pa�s por t�xi a�reo clandestino. Neste ano, at� maio, 23. Al�m disso, 26 pilotos foram suspensos nos dois anos por voar como "Taca".

De uma frota estadual de 841 helic�pteros, segundo a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), 593 s�o registrados como privados, que s� poderiam ser ocupados por propriet�rio, piloto e convidados. Exclusivamente para t�xi, s�o s� 60. O restante tem registro para mais de um tipo de voo.

O presidente da Associa��o Brasileira de Pilotos de Helic�pteros, Thales Pereira, destaca uma dificuldade da fiscaliza��o em parte dos casos. "� um jogo combinado", diz, em que o passageiro � c�mplice. O comandante afirma que, em uma fiscaliza��o, basta piloto e passageiros dizerem ao fiscal que o voo n�o � cobrado, e o agente n�o tem como aplicar penalidades.

Para Afonso, da Abtaer, a Anac teria como mapear t�xi a�reo nos voos privados, como excesso de viagens, alto n�mero de passageiros e rotas frequentes. "H� puni��es administrativas. � preciso ter puni��es criminais, uma vez que h� uma s�rie de riscos relacionados."

Segundo representantes do setor ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, as exig�ncias do governo s�o adequadas e em linha com outros pa�ses, mas h� gargalos, como lentid�o para emitir licen�as.

Governo

A Anac informou, em nota, fazer "campanhas educacionais que incentivam os passageiros a consultarem a regularidade" da empresa contratada. A ag�ncia lan�ou, em abril, o aplicativo Voe Seguro de checagem do prefixo da aeronave.

O �rg�o refor�ou ainda que o "contratante do servi�o � um importante fiscal". Disse que a fiscaliza��o "� feita de forma programada, n�o programada e sempre que h� den�ncias" e que houve investimentos em a��es de intelig�ncia. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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