Um eclipse total do Sol colocou nesta ter�a-feira, 2, em completa escurid�o uma faixa de 150 quil�metros, entre o norte do Chile e a Argentina, deixando milhares de pessoas encantadas. Do Brasil, foi poss�vel contemplar o fen�meno apenas parcialmente em algumas cidades, como Porto Alegre.
Minutos antes de as regi�es de Coquimbo e Atacama, no Chile, escurecerem por completo, em plena tarde, �s 16h39 (hora local), reinava o sil�ncio absoluto. Mas, � medida que o Sol era encoberto pela Lua, aplausos e gritos emergiam.
"Meu Deus, � incr�vel", gritaram algumas das centenas de pessoas que subiram at� o observat�rio La Silla, localizado a cerca de 2,4 mil metros de altura, em La Higuera, a 535 quil�metros de Santiago.
Cerca de 20 minutos antes do in�cio do eclipse, a temperatura caiu e uma leve brisa come�ou a percorrer a regi�o. "A verdade � que, ainda que saibamos o que vai acontecer, � chocante o minuto em que come�a a vir a sombra da escurid�o e come�a esse sil�ncio", disse Sonia Duffau, astr�noma chilena.
O eclipse desta ter�a foi considerado o evento astron�mico do ano. Isso porque foi vis�vel da regi�o de La Serena, no Chile, onde h� 17 observat�rios. O evento encheu cidades e povoados chilenos de pesquisadores e turistas. Entre 300 mil e 350 mil pessoas se deslocaram para as regi�es de Coquimbo e Atacama por causa do eclipse. No Atacama, o fen�meno foi traduzido em sons para um grupo de homens e mulheres cegos que queriam sentir a experi�ncia.
Na capital, Santiago, coberturas de edif�cios altos no centro da cidade, pra�as e parques se encheram de gente. Col�gios fecharam mais cedo para que estudantes pudessem participar de oficinas sobre o fen�meno e escrit�rios tamb�m encerraram o expediente antes da hora habitual. Algumas companhias a�reas fretaram avi�es com convidados especiais que queriam contemplar, do alto, o eclipse.
Na Argentina, o principal ponto de observa��o foi a regi�o de Cuyo, transformada em passeio tur�stico por milhares de pessoas. J� na capital, Buenos Aires, n�o foi poss�vel ver nada, por causa da inclina��o do sol perto do horizonte na hora do fen�meno, al�m das nuvens e pr�dios. Em La Paz, na Bol�via, e Quito, no Equador, foi poss�vel ver o eclipse de modo parcial.
Ci�ncia
"Chile � hoje a capital do mundo na Astronomia", disse o presidente Sebasti�n Pi�era, que foi ao observat�rio La Silla e depois a La Higuera. Operado pelo Observat�rio Europeu do Sul (ESO), La Silla vinha se preparando h� anos para este momento. "Muito poucas vezes aconteceu de a totalidade de um eclipse ser vista de um observat�rio. A �ltima vez foi no ano de 1991 (no observat�rio Mauna Kea, no Hava�)", disse o astr�nomo do ESO Mat�as Jones. Cientistas usam os eclipses para comprovar algumas teorias e colocar em pr�tica experimentos. "Os eclipses s�o uma chance de estudar a parte externa, que � a coroa, j� que a Lua est� cobrindo toda a parte central do Sol", explicou Jones.
H� tamb�m interesse em desvendar o comportamento de animais e plantas durante a brusca escurid�o. Cientistas que j� se debru�aram sobre os efeitos do fen�meno nas plantas constataram redu��o na fotoss�ntese e na transpira��o, como se elas se preparassem para a noite. (Com ag�ncias internacionais).
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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