O jumento, animal-s�mbolo do Nordeste, chamado de "nosso irm�o" em m�sica de Luiz Gonzaga dos anos 1960, est� em risco de extin��o. Ele perdeu espa�o para motos nas propriedades rurais do semi�rido e, desvalorizado, virou alvo da cobi�a dos chineses.
Quando n�o s�o abandonados nas estradas e v�timas de atropelamentos, s�o levados para abatedouros e t�m a carne exportada para a China. Entidades de defesa dos animais se mobilizaram e, em dezembro, uma liminar da Justi�a suspendeu os abates na Bahia, Estado que tem o maior n�mero de abatedouros. O governo baiano e os abatedouros entraram com recursos, ainda n�o julgados.
Dados do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento indicam que as exporta��es de carne de cavalos, muares e asininos deram um salto depois que os jumentos passaram a compor as cotas de abate.
Das 24,9 mil toneladas exportadas em 2016, o volume passou para 40,7 mil em 2017 e avan�ou para 226,4 mil toneladas no ano passado - quase dez vezes mais.
Ainda segundo a pasta, seis abatedouros ou frigor�ficos brasileiros est�o autorizados a abater equ�deos, incluindo os asininos. S�o tr�s unidades na Bahia, e outras em Minas, Paran� e Rio Grande do Sul.
O minist�rio informou que est� vigente a decis�o judicial da ju�za da 1.� Vara Federal de Salvador, Arali Maciel Duarte, em a��o civil p�blica movida pela Uni�o Defensora dos Animais, Rede e Mobiliza��o pela Causa Animal - Remca, F�rum Nacional de Prote��o e Defesa Animal, SOS Animais de Rua e Frente Nacional de Defesa dos Jumentos que, em 10 de dezembro de 2018, proibiu o abate de jumentos, muares e bardotos no Estado da Bahia. Conforme a pasta, atualmente o rebanho de asininos no Nordeste est� quantificado em 812,4 mil cabe�as, o que representa 90% do efetivo brasileiro.
A situa��o s� n�o est� pior para esse asininos por causa da atua��o das organiza��es de defesa dos animais. No fim do ano passado, em Canudos, interior baiano, cerca de 200 jumentos estavam presos, em condi��es de extremos maus-tratos, � espera do abate para terem a carne e o couro exportados para a China. Outros 800 animais vagavam pela fazenda, doentes e com fome - carca�as achadas na propriedade revelaram que ao menos 200 j� haviam morrido. A pol�cia descobriu que a fazenda tinha sido arrendada por chineses, que adquiriram cerca de mil animais trazidos de v�rias regi�es do Nordeste.
Os animais seriam levados para abate em um frigor�fico da regi�o. A Pol�cia Civil abriu um inqu�rito para apurar os maus-tratos. A promotora Cristina Seixas Gra�a, coordenadora do centro de apoio �s Promotorias do Meio Ambiente da Bahia considerou que muitos animais morreram de inani��o e notificou a Ag�ncia de Defesa Agropecu�ria da Bahia (Adab). A empresa dos chineses foi multada em R$ 40 mil.
A advogada Gislane Brand�o, coordenadora da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, descreveu o cen�rio de horror que encontrou na fazenda de Canudos. "Havia dezenas de jumentos mortos, muitas carca�as espalhadas pelo campo. Os animais sobreviventes estavam desnutridos, pois ficaram meses sem alimenta��o."
Em janeiro, a ONG F�rum Nacional de Prote��o e Defesa de Animal assinou acordo com a Justi�a e Minist�rio P�blico para receber e cuidar dos jumentos sobreviventes. O F�rum recebeu a tutela de 800 deles, livrando-os do abate. Uma parte foi adotada por pessoas da regi�o e criadores comprometidos com a causa animal.
Ado��o
A entidade iniciou campanha para arrecadar recursos para alimentar e medicar os asininos. A ideia � que todos eles sejam dados em ado��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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