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Estado de Minas GERAL

Sequela de zika em beb� pode surgir ap�s 2 anos


postado em 11/07/2019 07:49

Um estudo feito com beb�s de mulheres infectadas pelo zika na gesta��o mostra que um ter�o deles registrou algum atraso no desenvolvimento at� dois anos e oito meses ap�s o nascimento. O achado indica que o v�rus pode provocar problemas neurol�gicos, visuais e auditivos mesmo em beb�s nascidos sem microcefalia ou qualquer outra anormalidade.

Respons�veis pelo estudo, os pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) v�m acompanhando 216 beb�s nascidos entre 2015 e 2016 no Pa�s. Todos eles s�o filhos de mulheres que tiveram a infec��o pelo v�rus confirmada em algum momento da gravidez.

De acordo com a pesquisa, publicada na �ltima segunda-feira na revista cient�fica Nature Medicine, 68 das 216 crian�as avaliadas (31,5%) tiveram problemas neurol�gicos detectados no per�odo de 7 a 32 meses de idade.

"O problema mais comum foi atraso no desenvolvimento da linguagem, mas observamos tamb�m atrasos motores e cognitivos", destacou a pediatra Maria Elisabeth Moreira, pesquisadora da Fiocruz. "Nossa inten��o � monitorar essas crian�as at� a idade escolar", destaca a m�dica.

De acordo com a especialista, embora n�o seja poss�vel afirmar que todos os casos de atraso sejam sequelas do zika, h� uma associa��o entre a infec��o e os problemas no desenvolvimento. "H� outras causas para atrasos no desenvolvimento, mas vemos uma associa��o porque temos um grupo controle de beb�s, de m�es que n�o foram infectadas pelo zika, e, nesse grupo, o �ndice de beb�s com problemas no neurodesenvolvimento � de 15%, metade do registrado no grupo de beb�s de m�es com zika", explica ela.

Os resultados da pesquisa refor�am descobertas feitas pelo mesmo grupo logo ap�s o in�cio da epidemia de zika e microcefalia no Pa�s. Na �poca, os cientistas j� verificavam que as sequelas da infec��o poderiam aparecer meses ap�s o nascimento.

Agora, com as crian�as mais velhas e a possibilidade de um tempo maior de monitoramento, os cientistas concluem que o aparecimento dos problemas pode ser ainda mais tardio.

Inverso

Os cientistas tamb�m acharam entre os beb�s monitorados casos inversos, ou seja, nos quais o beb� nasceu com alguma anormalidade e se desenvolveu normalmente depois.

Do total de crian�as acompanhadas, 49 apresentavam algum problema logo ap�s o nascimento, mas 24 delas (49%) tiveram avalia��es normais no segundo e terceiro anos de vida.

Entre os beb�s com alguma anormalidade, oito haviam sido diagnosticados com microcefalia. Destes, dois voltaram a ter um crescimento cerebral adequado, sem apresentar, no decorrer do crescimento, qualquer problema neurol�gico, motor, visual ou na linguagem.

Maria Elisabeth destaca que esses dois beb�s puderam ter uma boa evolu��o porque, embora tivessem per�metro cef�lico abaixo do adequado ao nascer, n�o tinham les�o cerebral, diferentemente da maioria dos beb�s com microcefalia.

Para a especialista, ambos os achados do estudo refor�am a necessidade de monitoramento constante dessas crian�as para detec��o de eventuais sequelas tardias e do in�cio precoce das terapias de estimula��o para que eventuais anormalidades detectadas no nascimento possam ser revertidas ou minimizadas.

Esse cen�rio, por�m, ainda est� longe de ser alcan�ado no Brasil. De acordo com dados do Minist�rio da Sa�de, dos 3,3 mil beb�s nascidos com m�-forma��o causada pelo zika entre 2015 e 2018, s� 35% t�m acesso � estimula��o precoce.

Outro problema � a falta de recursos para pesquisas que mostrem o impacto das terapias de estimula��o nessas crian�as. "Precisamos de mais investimentos. Tentamos, mas n�o conseguimos financiamento para essa pesquisa", diz Maria Elisabeth. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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